sexta-feira, dezembro 08, 2006

Uma Noite para Comemorar...


Esta é só uma noite para partilhar
qualquer coisa que ainda podemos guardar cá dentro
um lugar a salvo
Para onde correr
Quando nada bate certo
E se fica a céu aberto
Sem saber o que fazer
Esta é uma noite para comemorar
Qualquer coisa que ainda podemos salvar do tempo
um lugar para nós
onde demorar
Quando nada faz sentido
E se fica mais perdido
e se anceia pelo abraço de um amigo
Esta é só uma noite para me vingar
do que a vida foi fazendo sem nos avisar
foi-se acumulando em fotografias
em distâncias e saudades
Numa dor que nunca acaba
e faz transbordar os dias
Esta é uma noite para me lembrar
Que há qualquer coisa infinita como um firmamento
Um sorriso, um abraço
Que transcende o tempo
e ter medo como dantes
de acordar a meio da noite
a precisar de um regaço
Esta é só uma noite para partilhar
Qualquer coisa que ainda podemos guardar cá dentro
Um lugar a salvo
Para onde correr
Quando nada bate certo
E se fica a céu aberto
Sem saber o que fazer
Esta é uma noite para comemorar
Qualquer coisa que ainda podemos salvar do tempo
Um lugar para nós
Onde demorar
Quando nada faz sentido
E se fica mais perdido
e se anceia pelo abraço de um amigo...
[Mafalda Veiga]


Segundo o tão sábio poema do post anterior, não podemos conquistar o Tempo... Mas acho que lhe podemos trocar as voltas de vez em quando... Podemos roubar umas horas às responsabilidades, para um sopro mais demorado que enche as nossas vidas de cor, luz e canções... E no fundo, o Natal é isso mesmo, um pretexto para estarmos com aquelas pessoas que realmente importam, num ambiente diferente dos outros dias do ano. Mas sobre o Natal escreverei mais tarde... Não tenho conseguido enganar o relógio para poder postar textos meus, fico-me pelas músicas e pelos poemas que alguém, com mais inspiração e tempo do que eu, escreveu sobre aquilo que eu sinto.
Esta foi, portanto, uma noite para comemorar... O pretexto era um, mas como sempre, as celebrações ultrapassam sempre o mote. Chovia, o vento virava-nos os chapéus, os pés molhados já doiam, mas aquela vontade, aquela emoção que nos une e que é tão única e genuína, ultrapassou mais uma vez os obstáculos do Tempo (agora o tempo da meteorologia) e permitiu-nos uma noite onde imperou o valor máximo, A Amizade! Porque quando tudo o resto parece ruír, sabemos que existe este "lugar a salvo" para todos nós.
Não deixemos de pregar estas partidas ao Tempo, senão, um dia, sem darmos conta, estaremos a viver de memórias poeirentas do que foi.

Um beijinho a Manéis e Marias...
Ordálias vão continuar na ordem do dia!

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