domingo, dezembro 31, 2006

Um ano a acabar e outro, novinho aí à porta...
É inevitavel fazer balanços nesta altura.. Perceber onde temos andado e para onde vamos... Claro que podemos parar em qualquer altura e pensar na vida e naquilo que queremos dela. Mas tomamos sempre os anos como referência, basta lembrarem-se dos vossos avós, quando contam histórias: "Foi no Verão de 1952..."

2007... E agora?! O que fazer com mais um ano?!
Que sítios visitar nesta jornada?!

Nas palavras de Novalis:

"Para onde caminhamos, afinal?
Sempre para casa."
Que a caminhada neste novo ano, vos leve para mais perto do lugar onde possam ser vocês, a vossa "casa".

quarta-feira, dezembro 27, 2006

Mais um Natal que passou...

Bem.. Nunca é só "mais um"... Cada Natal tem as suas particularidades... Tem aquelas pessoas e aqueles presentes...
Este Natal recebi um "registador de tempo", para marcar "momentos significativos", como me disseram... E lá vem ele.. O tempo.. esse que escasseia e não nos deixa fazer tudo quanto queremos...


O tempo é aquilo que nós fazemos com ele... E eu fiz um mocho!




domingo, dezembro 17, 2006


Não te conheço.


"Não é possível conhecer alguém que se ama, porque a relação de amor é a relação que mais distorce a realidade."


Não me conheceste.


Ilusões de uma realidade que nem sabemos se existe...
Amar é estar iludido... Quando as brumas decidem começar a afastar-se, e aquele sorriso que se amou, parece ridículo e despropositado, achamos que a ilusão se está a desvanecer. Afinal estamos apenas a entrar noutro estado de ilusão... Curiosamente, este parece-nos mais "Real"...

"É como se o amor estivesse decomposto em pequenos pormenores que, hipervalorizados, levam ao desamor."

Debatemo-nos por não entrar no país das fadas, onde o tempo se demora nas delícias da vida, por medo de voltar, meses, anos depois, sem dar conta. É que quando voltamos o mundo já mudou. As escolhas que pareciam tão certas, agora não fazem o minímo sentido... Perde-se quase tudo o que se dá. Como poderei eu ter gostado de alguém assim?! A resposta é simples... "porque sim!". E "o acaso dá para viver toda a vida acasalado". Curiosamente procuramos sempre os porques...

E lutamos para fugir dessas brumas que se aproximam, porque queremos apenas viver "na realidade"... Queremos aquela "ilusão" mais segura, que nos deixa usar a razão (oh, outra falésia de conclusões à posteriori)...
Interessante como a mesma sensação de plenitude e beleza intemporal se pode atingir por tantos processos e o ser humano acaba sempre por escolher aquele que lhe vai trazer mais dor. Estou-me a lembrar da Profecia Celestina e dos rituais de iníciação de alguns povos. Ocorre-me Nirvana. Falo de experiências místicas... Uma experiência mistica implica sempre uma despersonalização, um senir que o mundo não existe, eu não existo, tu não existes só o nós, uno, nirvana, orgasmo, o que lhe quiserem chamar. Assim, ninguém se pode realmente conhecer.O Amor é uma destes estados místicos. É uma magia diferente da usada pela razão. É mais poderosa a distorcer aquilo que precisamos acreditar que existe lá fora da nossa mente.

E no entanto, eu estou a usar a razão para escrever este texto. E no entanto, pensar sobre Amor não nos impede de o viver, apenas nos faz substimar as lamechices alheias: "estão SÓ iludidos".

É época de natal e é ver os homens na Baixa, ruborizados ao questionar as empregadas "mas isto dá para vestir com alguma coisa por cima?!" e outros ainda que observam um mulher a experimentar um perfume para depois correrem a comprá-lo para oferecer, criativamente, à respectiva. Mas também há os casalinhos Natalícios... e a propósito disso, alguém disse "tenho pena deles". Temos um problema de mapas agora... Eles dizem "Coitada, não sabe o que é amar!" e ela pensa "coitados, não sabe que estão iludidos!".

Não me estou a contradizer. Acredito no amor. Ele existe. Só que o sinto sempre como uma ilusão e, como tal, efémero! Vulnerável como uma vela acesa em dia de ventania.

E eu que tinha pensado em escrever sobre como estava lindo o mar hoje... Como me pareceu mais forte e doloroso por não o ver há tantos dias... Mas Abri o "Nem Contigo Nem Sem Ti" do José Gameiro e lá veio o tema que é comum a todos os seres humanos, o tema com que trabalho agora, o tema já tão gasto em poemas e canções que o banalizam, mas que são bem vistas pelos amantes (só as reflexões sobre amor e relações é que levam sempre comentários do tipo "estás a tirar a magia a tudo!"! Óptimo, foi o que eu acabei de dizer!).

Acabei a falar de Amor. E vou voltar com certeza a este tema. Talvez porque até gostava de fazer turismo no país das fadas mas sem perder o que há cá fora. Fernando Pessoa diria: "Não se pode comer o bolo sem o perder". Mas eu quero as duas coisas, ou mais se puder ser (aiii como seria fácil e enfadonho a vida fosse feita de dicotomias).



"É a relação humana onde aparece o que de melhor e de pior todos temos."
(José Gameiro)

sexta-feira, dezembro 08, 2006

Uma Noite para Comemorar...


Esta é só uma noite para partilhar
qualquer coisa que ainda podemos guardar cá dentro
um lugar a salvo
Para onde correr
Quando nada bate certo
E se fica a céu aberto
Sem saber o que fazer
Esta é uma noite para comemorar
Qualquer coisa que ainda podemos salvar do tempo
um lugar para nós
onde demorar
Quando nada faz sentido
E se fica mais perdido
e se anceia pelo abraço de um amigo
Esta é só uma noite para me vingar
do que a vida foi fazendo sem nos avisar
foi-se acumulando em fotografias
em distâncias e saudades
Numa dor que nunca acaba
e faz transbordar os dias
Esta é uma noite para me lembrar
Que há qualquer coisa infinita como um firmamento
Um sorriso, um abraço
Que transcende o tempo
e ter medo como dantes
de acordar a meio da noite
a precisar de um regaço
Esta é só uma noite para partilhar
Qualquer coisa que ainda podemos guardar cá dentro
Um lugar a salvo
Para onde correr
Quando nada bate certo
E se fica a céu aberto
Sem saber o que fazer
Esta é uma noite para comemorar
Qualquer coisa que ainda podemos salvar do tempo
Um lugar para nós
Onde demorar
Quando nada faz sentido
E se fica mais perdido
e se anceia pelo abraço de um amigo...
[Mafalda Veiga]


Segundo o tão sábio poema do post anterior, não podemos conquistar o Tempo... Mas acho que lhe podemos trocar as voltas de vez em quando... Podemos roubar umas horas às responsabilidades, para um sopro mais demorado que enche as nossas vidas de cor, luz e canções... E no fundo, o Natal é isso mesmo, um pretexto para estarmos com aquelas pessoas que realmente importam, num ambiente diferente dos outros dias do ano. Mas sobre o Natal escreverei mais tarde... Não tenho conseguido enganar o relógio para poder postar textos meus, fico-me pelas músicas e pelos poemas que alguém, com mais inspiração e tempo do que eu, escreveu sobre aquilo que eu sinto.
Esta foi, portanto, uma noite para comemorar... O pretexto era um, mas como sempre, as celebrações ultrapassam sempre o mote. Chovia, o vento virava-nos os chapéus, os pés molhados já doiam, mas aquela vontade, aquela emoção que nos une e que é tão única e genuína, ultrapassou mais uma vez os obstáculos do Tempo (agora o tempo da meteorologia) e permitiu-nos uma noite onde imperou o valor máximo, A Amizade! Porque quando tudo o resto parece ruír, sabemos que existe este "lugar a salvo" para todos nós.
Não deixemos de pregar estas partidas ao Tempo, senão, um dia, sem darmos conta, estaremos a viver de memórias poeirentas do que foi.

Um beijinho a Manéis e Marias...
Ordálias vão continuar na ordem do dia!

quarta-feira, novembro 29, 2006


...
'The years shall run like rabbits,

For in my arms I hold
The Flower of the Ages,
And the first love of the world.'

But all the clocks in the city
Began to whirr and chime:
'O let not Time deceive you,
You cannot conquer Time.

'In the burrows of the Nightmare
Where Justice naked is,
Time watches from the shadow
And coughs when you would kiss.

'In headaches and in worry
Vaguely life leaks away,
And Time will have his fancy
To-morrow or to-day.
(...)


WH Auden


Tenho falado de Tempo e durante o dia veio-me à mente a voz do Jesse a recitar o poema à Celine... Como de costume, fui investigar! Deixo-vos um excerto...

domingo, novembro 26, 2006

Secret Smile

Nobody knows it but you've got a secret smile
And you use it only for me
Nobody knows it but you've got a secret smile
And you use it only for me

So use it and prove it
Remove this whirling sadness
I'm losing, I'm bluesing
But you can save me from madness

Nobody knows it but you've got a secret smile
And you use it only for me
Nobody knows it but you've got a secret smile
And you use it only for me

So save me
I'm waiting
I'm needing, hear me pleading
And soothe me, improve me
I'm grieving, I'm barely believing now, now

When you are flying around and around the world
And I'm lying alonely
I know there's something sacred and free reserved
And received by me only


****
Falling, crawling, bleeding… Everything worth the pain just because I know I’ve got your secret “smiles”...
I keep on walking...
"Smiles" are everywere...
Have to keep my eyes open...

terça-feira, novembro 21, 2006

Um lápis de cor castanho sobre fotocópias de um artigo, o zzttt zzzt zzztt clap clap da impressora e silverchair a tocar baixinho na minha playlist... Please die Ana...
Que dia... Mais um dia... Mas claro que não é "só" mais um como se fosse um mero acrescentar de horas aos anos da minha vida... Mas a verdade é que o disse, a verdade é que quando andamos ocupados pensamos nessas horas como soma e não como subtracção do tempo que temos para viver...
E daqui a umas horas... Mais um trriiim do despertador... Mais uma correria matinal ensonada... Entrar no parque a seguir ao 206 cinzento... Mais um comboio... Outra vez as mesmas pessoas do comboio... Outra vez aquele olhar intenso... Outra vez encontrar a menina dos caracóis umas portas de metro à frente... Mais umas cantorias até chegar à faculdade... Trabalho...
Posto assim, seria mais um dia...
Mas o sonho que o despertador interrompe vai ser diferente amanhã. Talvez consiga entrar antes do 206 cinzento para variar e entrar na estação no timming certo. As canções serão certamente diferentes, mas acho que os caracóis estarão iguais.
Pequenas variações que fazem a diferença.
Amanhã vai ser diferente.
Apetecia-me dizer "nunca mais é 5ª", mas porquê saltar a 4ª? Será que o facto de não esperar que aconteça nada amanhã não vai impedir que aconteça mesmo?!
Aquela história do tempo não existir e ser apenas uma percepção das transformações, virá certamente outro dia...
Cansaço.

domingo, novembro 12, 2006

Sessão Wayfarer













"O Homem quer
O Homem sonha
A Obra nasce!"
(citado com as devidas adaptações)

Finalmente tive a possibilidade de começar com as minhas sessões sobre viajantes. Finalmente.
Estou cansada e com sono, mas achei que devia agradecer às pessoas que tornaram possivel este trabalho!
Se não fosse a CP ter feito os 150 anos, se não fosse a minha Nôr a avisar-me do concurso, se ela não tivesse levado os amigos todos, se a Berleta tivesse ido para mais uma reunião de condominio e se eu não tivesse flashado as fotos ao ZP, nada disto seria assim!
Claro que agora que vejo as fotos (e descubro mais um pixel quimado na HP e preguejo contra a falta do modo manual) penso que podia ter feito mais isto ou aquilo; podia ter focado a luz mais ali; podia ter usado o tripé naquela foto e talvez se tivesse pedido para olharem naquela direcção, teria ficado bem melhor...
Mas na altura é só sentir e clicar e aqui vêm as minhas desculpas... Porque nem consegui falar e conhecer-vos! Para a próxima também vou ao Fonte (e até lá, há muitas ruelas optimas para fotografar). E se houver uma próxima que permita fazer upgrade, também vou falar mais com o meu co-fotógrafo, porque isto de ter 2 máquinas e só um tripé e uma data de coisas a acontecer ao mesmo tempo, não permite trocar dicas com o colega do lado! E há tanto para aprender... Porque é que temos atenção selectiva!? Aquele "ruído" de fundo que ignoramos inconscientemente é tão rico! Porque é que a espécia humana só tem um cérebro!? Baahhh (é aqui que isto se começa a converter num "Livro de Reclamações")
Portanto, ia eu nos obrigados, logo...


OBRIGADA!!!! =)
A todos os viajantes que se juntaram esta noite numa encruzilhada... Viajantes em diferentes fases do caminho, com lentes diferentes e com sapatos diversos... Todos eles a caminhar sobre o agúçado Fio da Navalha.... A todos, uma Boa Viagem!


quinta-feira, novembro 09, 2006

Carta ao Pai Natal


Querido Pai Natal:

Sei que deves andar muito ocupado a chicotear os duentes, a puxares as orelhas aos gnomos e a dares tau tau nas fadas madrinhas, mas tenho que te pedir uma coisa...
Nestas cartas convém sempre dizer coisas boas, tipo, fui uma menina muito linda e bem comportada durante o ano (e fui!!) e aquela cena na aula de saúde foi tudo culpa da professora!!
Também cumpri os mandamentos CEP, portanto acho que tenho direito a pedir umas quantas prendas... Ainda assim, só vou pedir uma (vês como sou humilde e altruísta, Pai Natal? vês??)
Bacano, vê se percebes! A cena é assim, eu tenho uma HP de pixel queimado que nem modo manual tem!! E quando for grande quero ser fotografa... Ninguém é uma grande fotográfa com uma HP de pixel queimado... E já referi que não tem modo manual?? Ora, se até ao Cartier-Bresson tu deste uma Leica, tens que fazer algo por mim também!
QUERO UMA LOMO!! E quero Já!!! sim, porque depois no Natal andas mto ocupado, atrás das renas e tal, chicotadas nas renas e "Oh Oh Ohs" e já sei que te vais esquecer da minha casa como te tens esquecido estes anos todos!! E depois a minha mãe lá dizia "Ah e tal, o Pai Natal não existe!" mas era mentira, eu sei perfeitamente que ias a casa do meu primo!! Mas até isso eu te perdoo se me trouxeres a Lomo este ano! Aliás, !!
Portanto, hoje quando te fores enfrascar ao Bairro, passa lá na embaixada e traz-me uma! ;)
Senão vou continuar a ter que chatear as pessoas com a minha HP de pixel queimado, com flashes retardados, só para fingir que posso fazer o mesmo que uma LOMO faz, mas sem Lomo...
Pronto, já está!
Xau
Beijinhos
Abraços
Não sejas mau pas renas, tadinhas....
Até para o ano!

PS: Ah, também quero paz no mundo e que acabe a fome e essas cosias todas que valem sempre mais uns pontos nestas cartas!! (era por isso que ias a casa do meu primo??)

quarta-feira, novembro 08, 2006

"Todo o par tem três partes: Tu, Eu e Nós: duas pessoas, três partes, cada uma delas significativa, cada uma delas com vida própria. Cada uma torna mais possível a outra. Deste modo, eu torno-te mais possivel a ti, tu tornas-me mais possivel a mim, eu torno mais possivel a nós, tu tornas mais possivel a nós e, juntos, nós tornamos mais possivel um e outro."

Verginia Satir

terça-feira, novembro 07, 2006

Não consegia simplesmente desligar o PC ir ir dormir... Estas ideias ferviam a massa cinzenta e a tela e as tintas chamavam demasiado para o tempo que lhe posso dispensar agora.
Percebendo que sem canalizar esta energia para algum lado, não conseguiria adormecer, decidi pedir palavras... deram-me uma frase.

"Na vida nada é a preto e branco, é tudo preenchido por muitos tons diferentes de cinzento."
(Kraznaros)


Faz sentido não faz?! Logo assim à primeira leitura, sente-se um click “está tudo lá”…
Pois, mas eu pedi um mote… Deram-me um mote e agora tenho que fazê-lo crescer…

Quando, pela primeira vez, fotos minhas foram expostas, um entendido fez-me uma série de perguntas difíceis sobre as suas tonalidades… Mas afinal aquilo era preto e branco ou bege e castanho?! Ficaria melhor com outro contraste?! Não estariam os tons muito empastelados!?

Parvoíce… Pensei eu na minha cega ignorância… Preto e Branco seria sempre Preto e Branco em todo o lado.

Um dia, essa pessoa convidou-me a ver algumas das suas fotos e, como o néscio precisa de ver primeiro para creditar, eu percebi do que ele estava a falar…
Realmente, aquelas fotografias tiradas com câmaras analógicas que já muita gente arrumou na arrecadação, aquelas fotografias que caiam de um monte caótico de fotografias de tamanhos diferentes, aquelas fotografias mal centradas no papel, aquelas fotografias, eram tão mais reais e mais fortes do que qualquer foto minha que eu pudesse achar ter expressividade e imaginação… Aquilo era preto e Branco!
Depois, pacientemente, o meu mestre explicou-me que afinal não podia ser branco… Se deixássemos partes da imagem a rebentar de puro branco, era desconfortável ao olhar, além de se misturar com as margens e, assim, perder contornos.
E o preto… O preto também não podia ser bem preto, tínhamos que enganar o fotómetro, senão, não conseguiríamos distinguir a malha da camisola da rapariga, e as suas roupas e os seus cabelos escuros, iriam misturar-se com o fundo negro do cenário…
Portanto, o analógico era Preto e Branco. Mas no fundo nunca podia ser preto nem nunca podia ser branco.

Com a vida passa-se o mesmo…
Quando começamos a viver, cegos leigos a passear pelo mundo, tentando perceber os comos e os porquês, tudo parece ou bom, ou mau; ou cheio ou vazio; ou frio ou quente; ou saudável ou doente…
Vamos caminhando pela nossa espiral do crescimento e muitas pessoas vão cruzar o nosso trilho, vamos contornar muitos obstáculos, saltar de precipícios quando não há outro caminho, ou, simplesmente, vamos parar para contemplar uma flor ou uma paisagem.
Nesta nossa viagem vamos aprender que tudo é relativo…
- O bem já contém em si o mal.
- As pessoas afinal são boas, fazem é coisas que nós consideramos más.
- “Um copo meio vazio, também está meio cheio” e “De que é que temos que encher um barril para ele ficar mais leve?! De Buracos!”
-Ponham a mão num copo com água à temperatura ambiente. Depois, coloquem a outra mão num copo com gelo e depois coloquem-na no primeiro copo de água “fria”. Está quente, não está?! =)
-Ser saudável, é só não estar doente?!

Tudo é relativo e por mais que tentemos ser fiéis a determinados princípios, muitas vezes damos connosco a pensar que os traímos, exactamente porque nada é puro e estanque.

Tenho que usar os truísmos (i.e. “verdade que não explica porra nenhuma!” (Palma, 2005)) e dizer “Tudo está relacionado com tudo.” E “O Mundo é muito complexo!” porque é isso que enriquece a nossa percepção de realidade. Tudo se entrelaça numa teia de tons que vão deste o primeiro nível de cinzento, até ao último nível de cinzento....
Mas não Preto.
Mas não Branco.
[quero deixar um beijinho ao autor do mote e também ao mestre citado no texto (que merece parabéns especiais, pois os conhecimentos foram-lhe reconhecidos :D). Noutro blog, alguém diria "mais umas peças para o meu puzzle!", neste será mais "... companheiros de jornada!"]

sábado, novembro 04, 2006



Ontem, por momentos, tive a esperança de poder começar a concretizar a ideia da "sessão wayfarer"...

Surgiu como um acaso, Comboios 150 anos, fotos das linhas da CP, Interrail, uma coisa puxa a outra, até que alguém diz "olha, podias fazer a tua sessão dos viajantes!". Bem pensado! ;)

Modelos, guarda-roupa, mochilas, locais, lanterna (para fotografar no escuro, apenas com focos), tripé, filme, baterias, motivação, entusiásmo, ideias... Claro que tinha que vir o imprevisto...

Para ajudar tenho aqui um livrinho chamado Night and Low-Light Photography (gentilmente cedido pelo meu querido amigo e companheiro de clicks) que é exactamente sobre o que eu gosto de fazer - os jogos de luz - e não me posso embrenhar nas suas páginas coloridas porque tenho o raio de uma frequência e tenho que me preparar (sem saber como! quando alguém descobrir diga).

Além de ter visto hoje um filme com uma realização excelente, com optimos planos e perspectivas diferentes, e por isso ter tudo à flor da pele, e me estar a apetecer MESMO fotografar!

Pena não se poder engarrafar sensibilidade, emoções e motivação, para uma próxima vez.

Qualquer dia algém me diz para mudar o nome do Blog para "Livro de Reclamações" (e aí eu vou dizer que a ideia não é original, e mostro-lhe este post! :P), mas acho que vou-me manter a eterna inconformada!

A ver se conseguimos fazer isto para a semana! Se algum dos meus amigos fotógrafos quiser aparecer (e levar camaras decentes), ou se alguém quiser participar como modelo, esteja à vontade! ;)

Um beijinho para todos e Bom fim-de-semana!

The Shutterbabe :D

segunda-feira, outubro 30, 2006

What a feeling...



Se ontem a minha playlist só tocou Nightwish, hoje não parei de cantar coisinhas antigas... Foi um dia de cão, com aulas da treta, com um exercicio surpresa depois de ter estado três horas e meia a fazer silogismos no Destak sem ouvir uma palavra do que o senhor dizia... Ainda assim, apetecia-me cantar... Um música puxava outra e até uma tentativa de traduzir Dartacão (Datadog) in loco aconteceu... Mas sem dúvida que hoje estou muito 80's! Provavelmente tal estado mental deve-se à tarde de ontem, com o Flashdance... Por incrível que pareça, nunca tinha visto...
Portanto o blog de hoje é também para a minha Homónima, porque realmente...

Just a small town girl on a Saturday night
lookin' for the fight of her life
In the real-time world no one sees her at all
They all say she's crazy

Locking rhythms to the beat of her heart
Changing woman into life
She has danced into the danger zone
When a dancer becomes a dance

It can cut you like a knife
If the gift becomes the fire
On a wire between will and what will be

She's a maniac, maniac on the floor
And she's dancing like she's never danced before
She's a maniac, maniac on the floor
And she's dancing like she's never danced before
(...)

E deixo-vos esta para recordarem...

A todos os que me aturaram as cantorias hoje: pessoal da fac, utentes da CP e cidadãos que pensavam que se podia passear descansado nas ruas de Lisboa, um Obrigado!

Apesar de tudo, foi um grande dia!

Bom Halloween! Keep practicing your spells! :P

Homónima, "you make me feel like dancing"!!!


sexta-feira, outubro 27, 2006



Ornatos Violeta (click)

Ouvi Dizer


Ouvi dizer que o nosso amor acabou.
Pois eu não tive a noção do seu fim!
Pelo que eu já tentei,
Eu não vou vê-lo em mim:
Se eu não tive a noção de ver nascer um homem.

E ao que eu vejo,
Tudo foi para ti
Uma estúpida canção que só eu ouvi!
E eu fiquei com tanto para dar!
E agora
Não vais achar nada bem
Que eu pague a conta em raiva!
E pudesse eu pagar de outra forma!

Ouvi dizer que o mundo acaba amanhã,
E eu tinha tantos planos pra depois!
Fui eu quem virou as páginas
Na pressa de chegar até nós;
Sem tirar das palavras seu cruel sentido!
Sobre a razão estar cega:
Resta-me apenas uma razão,
Um dia vais ser TU
E um homem como TU;
COMO EU NÃO FUI;
Um dia vou-te ouvir dizer:
E pudesse eu pagar de outra forma!
Sei que um dia vais dizer:
E pudesse eu pagar de outra forma!

A cidade está deserta,
E alguém escreveu o teu nome em toda a parte:
Nas casas, nos carros, nas pontes, nas ruas.
Em todo o lado essa palavra
Repetida ao expoente da loucura!
Ora amarga!Ora doce!
Pra nos lembrar que o amor é uma doença,
Quando nele julgamos ver a nossa cura!


[It's also for you, my darkest, alternative Master =) Good luck with your rubber! I'm going to start right now!]

sexta-feira, outubro 20, 2006

Há pessoas mais visuais, mais olfactivas, auditivas… Cada pessoa desenvolve mais um determinado sentido e é assim que filtra a realidade…

A propósito de uma aula sobre comunicação, percebi que temos que detectar qual é o sentido predominante de cada pessoa, para que possamos levar-lhe o mundo pela mesma via que ela usa para se relacionar com ele…
As pessoas mais visuais dizem “não estou a ver nenhuma saída para isto.”.
As pessoas olfactivas referem frequentemente que se lembram do “cheiro” desta pessoa, ou o aroma associado àquela ocasião.
As pessoas auditivas podem afirmar que “soou cá dentro uma campainha!”.
Há ainda pessoas cinestésicas, e essas “sentem na pele”.
Pessoas gustativas podem achar que lhes “soube a pouco”.

É fantástico observar as pessoas e reparar na forma como assimilam a vida…

Durante essa aula mostrou-se necessário definirmos o nosso próprio estilo.
Aí eu pensei: Sim, sou visual! Eu até sei dizer em que sitio e em que página do livro está escrita aquela situação! Claro que sou visual! Eu sempre espalhei os meus esquemas de apontamentos pela casa para poder olhar para eles e decorá-los… E até dou cores às pessoas e às épocas de ano… E lembro da camisola que usaste naquele dia…
Calma, calma… E quando passo na rua, no meio da multidão e… “cheira-me a ti!” e quando entro numa perfumaria e está ali o cheiro de tantas pessoas… E os aromas das casas… E o cheiro dos lençóis lavados… E o cheiro que fica no quarto quando acordamos de manhã… Sou visual ou olfactiva!?
E aquelas músicas que já não se ouvem há muito tempo e que provocam um arrepio na espinha e uma dorzinha de barriga porque nos levam automaticamente para aquela ocasião em que… Tenho tantas músicas nesse pedestral só para não as banalizar… Até já dei destaque a algumas aqui no blog… Músicas que dão raiva, fazem chorar, ou que me lembram daquelas férias, aquela noite, aquela pessoa… Mau, com que sentido apreendo o mundo?!
Caracóis, enrolá-los nos dedos, sentir o cabelo de alguém… Um toque dos teus dedos finos na minha pele… E não esquecer aquela pessoa que quando chega abraça apertado, a que beija sem tocar a face e a que simplesmente faz um aceno com a mão e não toca e a que dá aquele beijo repenicado na testa ou a que encosta os lábios ao cabelo… Ah, e quando o metro está cheio de gente e sem querer tocamos na mão de outra pessoa, no varão?!
Já para não falar do chocolate, o doce de leite ou um chocaccino enquanto se planeiam noites de solteiros... O chá de maçã e canela que me lembra aqueles trabalhos do porco… O ritual dos crepes em casa dos primos… Os grelhados em casa dos tios… Associo sempre sabores a pessoas e ocasiões…

Tudo isto me passou pela mente durante alguns segundos e enquanto ao meu lado se ouviam burburinhos: “eu sou visual!”; “mas eu sou mais auditivo!”… “E tu, o que és?!”.. Hã?! Acordo do meu transe e respondo: “eu sou uma artista, sinto com tudo!”… Calaram-se.

O que era a vida sem lágrimas, sorrisos e gargalhadas, sem beijos e abraços, sem o vento a espalhar os cabelos, sem chuva a bater nas janelas enquanto bebemos um chá quente à lareira e lemos um bom livro?! O que era viver sem as nossas cantorias e os meus gritos de espanto?! O que era a vida sem sentir?! Era apenas existir…

Por isso eu quero “sentir tudo de todas as maneiras!” pois só assim se vive plenamente…

E tu, que pessoa és!?

terça-feira, outubro 10, 2006

A Lua...


Hoje apetece-me abraçar o mundo, beijar as nuvens, sorrir para a Lua… De facto, já hoje lhe sorri, quando a vi gorda e brilhante, ao sair de casa de manhãzinha. Já nessa altura sabia que tinha que escrever, já sentia o que ia acontecer… Na realidade (seja lá o que ela for), não percebo estas expressões amorosas súbitas quando o amor me desilude cada vez mais… Pelo menos esse tipo de amor. Esse teu amor.

A minha mente criou-te como uma personagem de um sadismo passivo-agressivo, cuja imagem distorcida comete ainda, sem saber, crimes contra a pessoa que acho que sou (será que sou? quem sabe se existe afinal?!).

Matas-me aos poucos, eu mato-me aos poucos… Ignoras o sangue nas tuas mãos, como se não as tivesses cravado no meu peito para retirar as entranhas e as espalhares por aí… Simplesmente fizeste-o, já não te lembras porquê e isso também não te importa…
Mas a minhas mãos também estão sujas… Não da tua pele, nem do teu cabelo. Não, porque simplesmente não te tentei deter. As minhas mãos estão sujas do meu próprio sangue… Já não sei se fui eu ou foste tu… Só sei que este buraco no peito dói.

Quando não estás, dói mais ainda… Mas alguma vez estiveste!? Mesmo que apenas por um momento, alguma vez estiveste comigo na minha escuridão!? Como pode a minha mente ocupar-se contigo?! Porquê tu? Sempre tu… Ou então, porquê dar outro rosto a esta descida!? É só uma face, um nome, é só um rótulo… A queda é sempre a mesma, só precisa de um pretexto…

Nem agora que me envaziáste de todo o meu conteúdo físico, de todos os fluidos que me mantinham neste mundo, no teu mundo, nem agora, tiveste alguma consideração por mim… Mas eu ajudei-te no teu trabalho. Pelo menos desta vez levaste alguma coisa até ao fim! Pena ter sido o medo e a raiva a impelir-te… Podia ter sido o Amor… Ora, seria tão simples e tão romântico… Matavas-me e imortalizavas-me… por Amor! Seria sempre tua, e ninguém mais poderia existir para mim, depois de ti! Mas não… Isso exigiria demasiada entrega e esforço. Nunca o conseguirias.

Dou comigo a rir a bandeiras despregadas! O mundo é irónico e contraditório… Como poderia eu alguma ver ser outra coisa senão relativista?! Ai… tento conter o nó na garganta da gargalhada que quer sair… E continuo a querer amar o mundo! No fundo, tu fazes parte do mundo… mas apenas do Meu mundo… Não existes, fui eu que te criei! Então, mas… Se tenho o poder de criar também tenho o poder de destruir! Posso sempre matar-te! Mas se te mato, que cara tenho eu para dar a isto? E se o paraíso quiser voltar!? Não… O paraíso nunca será tão profundo e rico como o abismo… Está-lhe na natureza…

Está tudo muito bem assim! Até esta dor de morte está bem, apesar de me lamentar gritando ao vácuo que me envolve…

Acho que vou juntar nas minhas entranhas profanadas e tentar arrastar este corpo dilacerado por ti, por mim, para fora daqui…

Mas para onde?

Onde?!

Não há mais nada…

Queria abraçar o mundo, beijar as nuvens, sorrir para a Lua.

Só queria ver a Lua uma última vez…

Agora sim, sou tudo o que sempre pensaste de mim.

NADA

A Lua... uma última vez…

A Lua...

A... Lu... a...

.

.

.

[tks Miss Vana(trip)! Sing with me: "If Heaven’s really coming backI hope it has a heart attack!"]

sábado, outubro 07, 2006


Drifting in a melting abyss

Pieces of me are falling from my sky and being projected into my chest… Everything is melting around me and I just want to take a last breath to prepare myself to jump… Jump into my abyss, where I can wait for the night to be gone, and then climb the cliffs of my dark shelter, just to see the sunlight again. But till that moment, I’m gonna stay here, suffocating in my pain, swallowing my own blood, grabbing the dark sharpen rocks and throw it away as If I could make you feel a little part of my pain. But I have no strength enough to do it… And deep inside, I know I’m wrong… I’m wrong again… I’ve always been wrong…

No… YOU are wrong!

Made up your mind!!!

And now, I’m back into myself (you never know me as I am, I’m so much more! I’m so much different! I’m so much better!)… I’m just a huge black and white sorceress drifting in this human world, inside this little body, waiting to find the ones of my kind… And you… You’re just a common mortal after all!

The night has always known when it's time to get going… So, tomorrow is another day to drift with a smile upon my face!



[Photo by me, model and editions: Sara Amaral]

sexta-feira, setembro 29, 2006

Já tinha mencionado esta música num post, já me lembrei várias vezes de lhe dar um lugar de destaque neste blog... Hoje foi o dia.
Adoro a versão dos Toranja da "Chaga", senti toda a sua força quando o Tiago a cantou, aos saltos no meio do público, no concerto do Casino e a música continua a fazer-me companhia, no carro, quando a sinto cá dentro e me apetece gritá-la ao mundo!
O que aconteceu ontem à noite funcionou como gatilho... Vá se lá saber porquê, o maluco do Alvim resolveu passar Chaga e enquanto isso, duas pessoas entram em extase e desatam a saltar e a gritá-la... Foi mais forte do que nós... Soube bem, apesar de aparentemente ninguém ter percebido o proquê de tanto entusiásmo...

Assim, e como hoje é Dia dos Solteiros (Orgulho CEP!!) aqui fica....

Chaga

foi como entrar
foi como arder
para ti nem foi viver
foi mudar o mundo
sem pensar em mim
mas o tempo até passou
e és o que ele me ensinou
uma chaga pra lembrarque ha um fim
ahhhhh ahhhhh ahhhh

diz sem querer poupar meu corpo
eu ja nao sei quem te abraçou
diz que eu nao senti
teu corpo sobre o meu
quando eu cair, eu espero ao menos
que olhes para tras
diz que nao te afastas
de algo que é também teu
nao vai haver um novo amor
tao capaz e tao maior
para mim será melhor assim
vê como eu quero
eu vou tentar
sem matar o nosso amor
nao achar que o mundo é feito para nós
ohhh ohhh ohhh
aahhhh aahhhh aaaaahhhhh

foi como entrar
foi como arder
para ti nem foi viver
foi mudar o mundo sem pensar em mim
mas o tempo até passou
e és o que ele me ensinou
uma chaga pra lembrar que ha um fim
ahhahh

uma chaga pra lembrar que há um fim



Feliz dia dos Solteiros!!!
O meu não podia ter começado melhor! :P

terça-feira, setembro 19, 2006


Porque às vezes temos vontade de voltar ao mundo das crianças, àquele espaço onde pudemos sonhar e acreditar, onde os bons vencem sempre os maus e vivem felizes para sempre… Por isso tudo, deixo-vos hoje um excerto da história de um menino, como tantos outros meninos, que tem um mundo inventado por ele… Apresento-vos o Afonso!


“Logo debaixo do céu grande, cheio de azul, salpicado de estrelas e mistérios, habita outro céu, pequeno, com estrelas e meias-luas que afastam para bem longe os papões sem cara dos pesadelos do Afonso.
- Este céu é só meu porque me vê adormecer por cima da cama. As estrelas deixam cair um pozinho mágico e pesado em cima das minhas pestanas, assim como uma espécie de areia, sabes!?
- E do outro céu, aquele que é de todos nós, tens medo?
- Só quando fica escuro com cara de zangado, mas quando está bem azul gostava de lá mergulhar como no mar. Tenho a certeza de que se me portasse bem, podia trazer uma estrela no bolso.
[…]
-Gostas de nuvens?!
- Sim, eu até já andei numa, só não sei se foi em sonho ou não. Era muito quentinha, macia e conhecia bem os cantinhos do céu porque me levou a um planeta onde estão todos os balões coloridos que fogem das mãos dos meninos da Terra. Encontrei lá o meu com cara de Pinóquio!
-Afonso, para mim, imaginar não é mentir, é viver com mais força. E para ti, o que é imaginar?
- É meter coisas e pessoas dentro da cabeça. Elas mexem-se, falam e cantam. Se calhar imaginar é andar de baloiço na Lua a olhar para as estrelas que o Sol passa a vida a elogiar: “Vocês são as minhas sereias”, diz ele.
[…]”

Se reinventamos a realidade diariamente, porque não fazer uma história bonita?!

É quando nos falta a esperança e quando nos cortam as asas que nos lembramos de como é bom ser criança….


[Excerto retirado do livro “Os Meus Olhos de Afonso” que faz parte da colecção da Fundação Gil que por sinal já está a acolher crianças que necessitam de cuidados médicos pós-hospitalares =) (Photo by me, como sempre)]

segunda-feira, setembro 18, 2006



Porque é que os números nos roubam os sonhos?!



sexta-feira, setembro 08, 2006


Passamos a vida a aprender como se vive, e depois, quado já sabemos, morremos...

quarta-feira, agosto 23, 2006

Felicidade....


(Plaza Maior - Salamanca)

Hoje recebi um Forward com um nome suspeito e pensei “lá vêm as lamechices e as filosofias de 3ª categoria…” que insistem em me enviar (mesmo mais do que uma vez na mesma pessoa, porque as correntes não são para quebrar, senão há 7 anos de azar e mais uns 20 sem sexo e o periquito morre) para contribuir com spam e outras coisas piores para o ciberespaço. Mas hoje abri o .pps e dei o benefício da dúvida, como não havia lá nenhuma palavra com “D” maiúsculo no meio das frases iniciais, li-o mesmo todo… Dispensava-se a musiquinha com pretenso efeito “cebola brava” e o contra-luz manhoso da imagem de fundo, mas o conteúdo, nem era mau de todo (apesar de lembrar “manual para atrasados mentais andarem contentinhos” de autores com nomes de roedores).

O texto centra-se na ideia de que Ser Feliz não é deixar de ter complicações, problemas, adversidades, deixar de sentir tristeza ou preocupação, mas sim, saber lidar com isso de cabeça erguida e um sorriso na cara [lembra-me o livro: “Uma Viagem Espiritual” de Nicholas Sparks – e não, não tem o estilo pseudo-lamechas que caracteriza o autor – e Billy Mills (já agora, onde para o meu?)]. Tenho falado com pessoas (ingénuas) que continuam a achar que não podem ser felizes porque ainda não têm isto ou aquilo, porque têm problemas (quem os não tem?), porque não conseguem ter o que querem… A Felicidade não tem que estar num fim a atingir, mas também no caminho.

Alguns diapositivos depois, o mail dizia assim:
“Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e tornar-se no autor da própria história.”

O que me lembrou a frase que há anos tenho colada na minha cortiça, escrita num post-it amarelo, já meio esbranquiçado, e tirada já não sei de onde: “Um dos segredos da Felicidade é saber criar condições para que a vida dependa de nós.” (Roberto Shinyashiki??)

Ora, o que têm estas ideias em comum?! E porquê um segredo? Bom, acho que só é segredo para quem não entende a vida como sendo feita por nós, para quem continua a achar que há qualquer coisa que manda nisto tudo, sendo as pessoas apenas marionetas… Ou então, pode ser segredo para quem vê passar a vida de longe sendo um mero espectador esperando que a sua vida aconteça no palco do mundo. Para todos os que se libertaram disso, não há segredo. A partir do momento em que nos tornamos conscientemente autores da nossa história, a vida depende de nós e assim estas frases sobrepõem-se completamente.

Ao escrevermos a nossa história, criamos as causas e os efeitos e só assim a vida é NOSSA, só assim se consegue atingir a Felicidade! Esse estado não se atinge porque isto aconteceu, ou alguém fez acontecer, até porque não depende de factores externos, apenas da vontade…

E depois de escrever isto (e entretanto apagar uma série de parágrafos que já falavam em livre-arbitrio e afins) parece-me tudo tão óbvio que já se torna numa filosofia de 3ª categoria… Leiam como quiserem, a mim faz-me sentido e é esta Felicidade que persigo, não uma mediania… Aliás, se há coisa que me irrita são “contentinhos”! Arre!


E como diria uma Prof. minha…
Façam o favor de serem Felizes!” =)

quinta-feira, agosto 17, 2006

Vou continuar a pôr por palavras os fragmentos mais marcantes destas férias Norte&Sul...

Continuando no Norte...

Bolas, como eu desejei um papel e uma caneta.... Porque é que quando vamos de férias deixamos estes objectos para trás, como se nos recordássem, penosamente, o trabalho dos outros dias do ano?! (Por causa disso, ontem alguém teve que anotar números de telefone com uma pedra...)
Nessa noite, a minha última noite no Norte, quando já me dirigia para casa, (prontinha para me atirar para a cama e dormir até à madrugada seguinte, altura em que apanharia o comboio e faria uma viagem até ao Algarve) ouvi uma música... Não era "Pimba" como se poderia esperar estando naquela aldeia, e também não tinha sido anunciado nenhum concerto... Gostei de ouvir, ao longe, mesmo sem conhecer a dita canção... Fui perseguindo o som, com a pressa de chegar à sua fonte sem perder mais nada... Era uma rapariga, um órgão, um rapaz e uma guitarra, uma bateria sem ter quem a tocásse, um candeeiro de sala, algumas pessoas sentadas à volta... Rui Veloso, uns originais, Lúcia Moniz, Mafalda Veiga...
A dada altura já tinha a minha priminha ao colo, agarrada ao meu pescoço e dançando ao som da música...

"Geme o restolho triste e solitário...."

Comecei a cantar, já com os olhos a encherem-se de água e a vontade enorme de gritar aquelas palavras... Contive-me ao ouvir um sussurro no meu ouvido... A minha prima estava a murmurar a canção que nem eu sabia que ela conhecia... Ficámos as duas a cantar e a dançar, abraçadas sob aquele céu azulão polvilhado de pontinhos amarelos cintilantes... Nem a propósito, passa uma estrela cadente...

"...a embalar a noite escura e fria..."

Esta música já atravessou várias fases da minha vida... Já esteve relacionada com várias pessoas... É sempre pior quando alguma coisa é simbolica para nós porque a associamos com alguém...
Quando já ia para casa, não querendo saber se dali a umas horas teria de estar a pé e de malas feitas, só me apetecia escrever porque me lembrei dum comentário aqui do blog no qual qlguém dizia: "as pessoas recusam-se a revisitar sitios, pessoas ou acontecimentos (fisicamente) que as marcaram por tão bons que foram, têm medo que numa segunda vez o momento não seja tão mágico." ... O que é certo é que não podemos preservar músicas e lugares como se fossem um souvenir que se guarda numa caixa trancada e não pode ser vandalizado. Há coisas que têm que ser revividas, noutras circunstâncias, ainda que queiramos manter memórias intactas! Isso não tem nada de mal! Senti menos a magia nesta noite, em que tinha a minha prima colada ao meu pescoço a cantar a minha canção, do que na noite em que eu e os meus melhores amigos gritámos o Restolho ao som da própria Mafalda?! Não me parece... Alguma memória ficou vandalizada!? Nunca...

"...E a perder-se no olhar da ventania..."

Será que era isto que teria escrito se há 2 semanas tivesse lá tido o papelinho e a caneta?! Talvez não... Talvez tivesse ficado muito mais forte... Mas ficou a necessidade de escrever que acabo agora de consumar...

A esta memória acrescentei ainda os vestigios de uma conversa de ontem sobre o: "teria sido melhor se tivesse um ombro...." O romantismo do ser humano faz-nos sempre querer companhia na esperança de realçar a beleza dos momentos que vivemos... Pura Ilusão... Não será que quando contemplamos sozinhos, a sensação é mais pura?! É sempre contaminada com o estado de espirito, espectativas, pensamentos, mas... Quando estamos com amigos as coisas parecem mais superficeis e engraçadas e quando estamos com um"A" pessoa está tudo lindo, os passarinhos cantam, Nirvana, Zen... Um dia, aquilo que sentimos sobre ess"A" pessoa muda e já não sabemos se todos esses "lugares" e "momentos" eram mesmos como os vislumbrámos, ou se teriam sido diferentes de outra forma... Depois não sabemos muito bem se os havemos de preservar (como alguém dizia: "Não te levo a lugares onde já tenha estado com outra pessoa!" Será isto possível?) ou se questionar o que vivemos e talvez "revisitar"...
Aqui faz sentido a ideia, já muito banalizada, de que não podemos conhecer a realidade em si, apenas a representação que fazemos dela... E essa representação pode mudar TANTO em circunstâncias diferentes...


Somos uns deturpadores com a necessidade constante de meter magia em tudo...


...Outra canção dessa noite me ficou no ouvido...

"MALDITO SEJAS!"

terça-feira, agosto 15, 2006

Azul, Verde, Azul...

Para baixo...
Azul difuso, sons aquosos da minha expiração, bolhinhas de ar a elevarem-se rapidamente até á superficie...

Para cima...
Verde, Azul...
Relva, pinheiros, a boia vermelha fazendo contráste na paisagem de verde intenso... Logo acima o céu azul sem nuvens ocupa o resto do quadro... Ouço o som da música de fundo da piscina.

Para cima, Para baixo... Inspira, Expira... Azul, Verde e Azul...

E neste compasso sinto-me transitar calmamente de uma dimensão aquosa para o ar, como se não existisse mais nada nem ninguém no mundo.. Só os sons e as cores...

Intemporal. Magnífico. Harmonioso.

quarta-feira, julho 26, 2006

Ideias súbitas…

Hoje, ao fim do dia, senti mais uma daquelas necessidades súbitas de fazer algo…
Não sei se foi de ter estado na praia a ouvir criancinhas a berrar e a desejar ter uma janela para as atirar dali para fora; se foi a raiva de ver certos pais a ceder quando deviam dizer não (talvez porque passam o resto do ano a trabalhar e não têm tempo para os filhos, portanto tentam compensá-los nas férias, fazendo tudo o que os meninos querem); ou talvez mesmo o facto de ter entrado pela primeira vez no jardim escola do meu irmão e ver a forma como certas “Educadoras” (ou mesmo auxiliares, não sei qual era o grau) lidavam com as crianças…

O ambiente onde a criança cresce tem uma influência crucial no desenvolvimento e na personalidade… Nada de novo! Pensem nas vezes em que tentaram perceber porque razão agem de determinada forma, por que razão são inseguros, confiantes, autoritários, arrogantes, condescendentes, influenciáveis… “Humm, os meus pais sempre disseram que eu não tinha jeito para nada, não era capaz de fazer nada… E Hoje não consigo tomar iniciativa, simplesmente deixo de tentar fazer as coisas!” ou então “Os meus pais sempre foram controladores, sempre quiseram saber todos os meus passos, o que fazia, o que deixava de fazer e porquê… Será por isso que me defendo dos outros isolando-me no meu mundo?!”, ou por outro lado, “Os meus pais sempre me deram a liberdade total nas minhas escolhas, mesmo quando eu precisava de uma orientação eles diziam que era eu que tinha que decidir… Sinto-me desorganizado e o meu mundo não é previsível…”… Porque a forma como os pais (quem diz pais diz outros cuidadores) lidam connosco, vai ser um determinante (ainda que não seja o único) muito importante em todo o desenvolvimento da nossa personalidade. Que responsabilidade, não!?


Eu acho que é um peso enorme trazer uma criança ao mundo e educá-la! Não concordo com o “É mais um, há-de se criar!”! “Criar” com comida e uma cama, talvez uns brinquedos?! Não me parece que isso chegue… É preciso muito mais do que isso para formar uma Pessoa!

Bom, se nem todos os pais têm a capacidade de dar mais do que isso, talvez a escola ajude um bocadinho… Devia, mas com o que vi hoje, juntando a todas as cenas que tenho visto “Educadores” e escolas fazerem, nem sei se essa será uma boa ajuda…

Hoje, quando fui buscar o meu irmão à escolinha já tinham acabado as actividades (por acaso ainda gostava de saber quais são, mas tenho que admitir que sou uma irmã um pouco ausente) e ele estava a brincar no pátio… Calçou-se, veio ter comigo, foi buscar a mochila e os lençóis para lavar, ao cabide dele (rotina muito bem interiorizada, não há duvida, muito autónomo) e eu disse “Diz xau, vamos embora!” (como manda a boa educação, claro). Ai, a “Educadora” senta-se num banco ao pé da porta e diz “O meu beijinho?! Não sais daqui sem me dar um beijinho!”! Primeiro, qual é a criança que gosta de dar beijinhos sempre que lhe pedem?! Depois… CHANTAGEM??? Da próxima (sim, porque basta uma vez, as crianças percebem logo como funciona) ele diz “Ou tu me dás o chocolate ou eu meto os dedos na ficha!”. Fiquei possessa! O que ensinam a estas pessoas lá nos cursos delas?! Ou melhor, será que tem curso mesmo?! Mais ainda… A dita senhora pega num panfleto e diz: “Já levaste este para tua casa?!” E aí o meu irmão dá-lhe um beijo, ao mesmo tempo que tira o papel das mãos dela! Ela desta vez não estava a chantagear, estava só a tentar captar a atenção, mas ele tomou a oferta dela como uma troca que ele tinha que fazer… Como eu disse… Basta uma vez…

E também basta os pais dizerem “sim” uma vez, nem que seja à vigésima vez que eles perguntam se podem, para eles perceberem que têm que insistir muito da próxima vez, até conseguirem o que querem…

Bom, eu tenho sempre aquela teoria das janelas porque detesto ouvir birras, detesto aturar os filhos dos outros quando os pais não sabem dizer que não (se bem que não posso negar que me dá gozo dobrá-los), mas no fundo, eu talvez queira tentar mudar a forma como os pais lidam com as crianças… E foi isso que me ocorreu hoje… Apesar da minha prima sempre me ter aconselhado a seguir uma via educacional ou pedagógica (“devias ir, tens jeito!”), a ideia de aturar serzinhos gritantes como forma de ganhar dinheiro sempre me causou um certo incómodo. Mas hoje cheguei a casa com vontade de ler Brazelton de novo… E por que raio a maioria das teorias sobre desenvolvimento infantil são de origem psicanalítica!? Estou farta do Freud, quero algo neutro… Encontro em Brazelton soluções muito práticas (não fosse ele americano), sem grandes bases teóricas (portanto, bastante neutro), que talvez sejam uma forma credível (se é que tal existe) de encarar a educação… Não quero com isso dizer que Educar se aprende nos livros, ou em cursos, mas talvez seja uma pequena ajuda e uma mais valia para a geração futura… Só de imaginar que quando for velhinha e estiver num lar, são estas coisas gritantes, embirrantes e mimadas que vão tomar conta de mim… Ou será que já acabaram com o mundo nesse tempo!?

Curioso… O meu outro grande post também falava em educação… Será que estou a negar que gosto de uma área que afinal me causa comichão intelectual e devo seguir por aí!? Será que eu gosto das coisinhas gritantes e quero ajudá-las no seu desenvolvimento enquanto Pessoas?! Oh não!!!!

Mas hoje sei que ajudar a crescer é uma coisa que quero fazer…

Será que vou ter tempo para tudo!?

segunda-feira, julho 24, 2006

"Ninguém disse que os dias eram nossos
Ninguém prometeu nada
Fui eu que julgei que podia arrancar sempre,
mais uma madrugada.
E deixar-me devorar pelos sentidos,
E rasgar-me do mais fundo que ha em mim.
Emaranhar-me no mundo,
e morrer por ser preciso,
Nunca por chegar ao fim."
(Mafalda Veiga)

Hoje fui, pela primeira vez ao Castelo de S. Jorge.... Se a paixão por Lisboa já era grande, agora tornou-se arrebatadora! Cada pedra, cada canto, cada arco e escadarias, cada gárgula e fonte que me chamaram à atenção, ficarão agora comigo, como mais lugares que tornei meus ao longo desta jornada.

ADOREI TUDO!!!

Sinceramente, hoje não estou para escritas! Blá blá blá, beca beca beca beca... Palavras!

Quero apenas acrescentar que não seria tão especial se não fosse a companhia! :D Meninas e Meninos de CB, obrigada por me fazerem arrancar mais um dia!

Beijinhos e abraços!!!


sábado, julho 22, 2006


Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.
Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.
Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.

(Sophia de Mello Breyner Andresen)


Já não postava há uns tempos porque tinha que encontrar um denominador comum para um determinado dia e isso é complicado com as já referidas oscilações de humor. Hoje perguntei-me: Então, o que fica destes últimos dias!? O que têm eles em comum?!
Descobri mais coisas do que imaginava serem possíveis, mas a constante diária foste tu

E “Porque os outros têm medo, mas tu não…”; porque os outros vivem na superfície, mas tu não; porque os outros são transitórios, mas tu não; porque os outros são indiferentes, mas tu não; dedico-te hoje o post, com uma perspectiva de Sintra que decerto recordas. (Nesse dia as nuvens não estavam a raspar no castelo como tu gostas...)
Obrigada por deixares a luz sempre acesa…

Sim, na 2ª quero mais lugares e desta vez quero imortalizá-los!

Boa Noite afilhadito! ;)

sexta-feira, julho 14, 2006

Ensaio

Não vês a agonia a escorrer nas paredes
As portas não param de ranger
É como um corte que entra no tímpano
Não aguento o barulho de dentro
Já não estou só eu a ouvir...já anda nas ruas!
Já comentam por aí!
qualquer coisa não está bem...

Fala-se demasiado alto para quem está tão longe...
Mas não tinha que haver pedrada alguém levou por arrasto.
A luz continua presa ao tecto

Por mais que se tente tirar
Está alta demais
Ou encadeia os olhos
Ou queima quando se toca
Parece que sabe queimar
Parece que não tenho janelas
Não entra ar aqui
Não entra ar aqui
Tira a mão quente dos olhos
Tira o frio da frente
Já tenho tão pouca gente para me encontrar

Desata-me os olhos

Desata-me a cara
Desata o meu corpo dentro do teu
Tira-me a voz que puseste no tempo
Que não está a querer desistir
De pisar os membros no chão
De arrancar os braços no tecto

Tira-me de mim.

transforma o fraco em coisa forte porque tudo se renova...!

transforma o fraco em coisa forte porque tudo se renova...!
transforma o fraco em coisa forte porque tudo se renova...!
transforma o fraco em coisa forte porque tudo se renova...! ...

ai ai...
Cansada, mas valeu a pena... ai Tiago...
Momento orgásmico da noite com Ensaio e Chaga...
e tudo em grande companhia! :D

segunda-feira, julho 10, 2006


(Photo by me: Passos a Dois)

You never hear me talk about one day getting out
Why put a new address on the same old loneliness?
Everybody knows where that is
We built that house of his
And when he’s not home
Someone else you know always is
If Heaven’s really coming back
I hope it has a heart attack
When they see how dangerous it is for guys like that
The night has always known when it’s time to get going
When it’s really been so long that it starts showing
It’s always had that ghost who always almost
Tells me the Secret
How there’s really no difference in who he was once
And who he’s become
Everything you hated me for…
Honey there was so much more
I just didn’t get busted.
But I’m not looking for an easy way out
This whole life it’s been about
Try and try and try
And try and try and try
To be simple again.

(songs: ohia - just be simple)


There’s someone in me who definitively likes to suffer… Just for the pleasure of fell the pain, and think, in my own private abysm.

sábado, julho 08, 2006

Férias! =D

Finalmente… Estou de Férias!!!
Até custa acreditar…. Cheguei a casa e qualquer coisa me fez procurar as sebentas, os artigos, os apontamentos… Mas não, está tudo bem! Acho que é o hábito depois de ter passado o último mês e meio com a necessidade imperativa de “estudar”, constantemente a pulsar na minha mente.
E agora!? Sim, já tenho alguns dias preenchidos com aquelas coisas que não se podem fazer durante uma época de exames, mas.. É estranho estar sem nada, absolutamente nada para fazer… Nem apontamentos para organizar, nem artigos em atraso para ler, nem pesquisas para fazer, como acontece nas outras “férias” que vão aparecendo ao longo do ano. Acho que ainda me estou a habituar às noites sem estudo! :P É o dolce fare niente!
Ai ai.. Acho que vou vegetar!
Para quem ainda não está devidamente livre de obrigações profissionais… Aguentem! Meninas de 4ª feira: está a acabar!! =) Meninos que trabalham: só mais um bocadinho!! Meninos sem férias… Pronto, aproveitem os fins-de-semana, para o ano há-de ser melhor!
Beijocas a todos…


Ah, e não sei se já vos disse, mas… ESTOU DE FÉRIAS!!!!

quarta-feira, julho 05, 2006

Agora não é o último post que está desactualizado, acho-o até um texto intemporal, mas apeteceu-me deixar aqui os sentimentos dos últimos dias…

Digo sentimentos porque ainda não pensei bem no que se está a passar para poder operacionalizar os sentimentos a pensamentos. De qualquer forma também não quero pensar, prefiro sentir e não ser influenciada por conclusões tiradas à posteriori só porque alguém pode precisar de respostas…


Já não quero respostas, só quero viver e fazer o que me apetece. Pena que os outros precisem sempre de tudo muito oficial, de muitas certezas para poder agir… Não haverá disso agora. Sim, o passado, o passado… O Passado tão recente ainda está aqui presente (parece confuso, mas não é ;) ) mas não tomo isso como justificação. Acho que vou andar ao sabor da corrente, sem pensar nos rápidos, nas cascatas imprevistas ou nos lagos de águas estagnadas, a que possa chegar…

Preciso só do momento.


Isto é mais um desabafo de mim para mim, mas sei que algumas pessoas vão entender… Acusem-me de estar a ser fria e até percebo o ponto de vista, mas como pode uma pessoa ser apelidada de cubo de gelo quando só pede para sentir?! Como pode alguém ser injusto por não dar respostas, quando na realidade está a ser verdadeira consigo própria?!

Até parece que abri um armário mal arrumado e me caiu tudo por cima... Mas não quero arrumar nada, agora não. Talvez até descubra coisas que já nem sabia que tinha, ou mesmo coisas novas que alguém para lá meteu...

quinta-feira, junho 29, 2006

Lisboa

Releio superficialmente os últimos posts… Já tantas coisas me passaram pela cabeça entretanto, tantos sentimentos que já mudaram… Também não é de admirar, com a facilidade que tenho em mudar de humor. É incrível como uma música, um cheiro, um gesto, uma palavra, um ambiente, me conseguem mudar o estado de espírito e produzir consequências (nem sempre boas) disso… Instabilidade humoral ficará para um outro dia, com outro humor… Com um humor para variações humorais, talvez!

Os últimos dois dias trouxeram-me coisas que há muito precisava… Consegui sentir de novo aquele calor do Sol a aquecer o meu corpo, o mesmo calor que se poderia tornar incómodo noutras alturas. Precisava de me apaixonar pela vida e é isso que está a acontecer… Quais foram, desta vez, as variáveis responsáveis pela mudança?! Amigos de psi, e Lisboa…

Os primeiros têm aquela característica importante de me deixarem ser eu e de serem pessoas com quem eu me permito ser eu. É preciso ainda acrescentar algo?!

Lisboa… Aqui tão perto e só agora começo a descobrir-te… Perco-me nas tuas ruas estreitas, nos teus becos cheios de histórias, nas tuas gentes tão diversificadas e ao mesmo tempo tão tolerantes.
Antes ouvia as pessoas mais bairristas falar do apego à cidade e da incapacidade de estar longe, e nunca percebi como é que um simples lugar podia ser assim tão importante, porque afinal, existimos independentemente dele… Ou então não… Se calhar começo a descobrir o meu lugar… Se calhar o meu lugar é Lisboa.
Apesar de gostar muito do sítio onde vivo, não me identifico muito com ele… A prova disso é que uns dias em casa a estudar para exames dão origem a toda esta corrente de pensamentos e ideias estranhas que têm aparecido neste espaço. Volto a Lisboa e apaixono-me de novo! Os prédios antigos, os mais modernos, os alfacinhas de gema e os turistas, os afazeres do dia-a-dia e as animações de rua, as avenidas e as ruelas estreitas… Todos estes ambientes, que parecem tão contraditórios quando usamos as palavras, coexistem em equilíbrio e formam um todo harmonioso que me faz querer lá estar…
Não consigo bem, ainda, explicar o que é isto de Lisboa, mas de certo que existirão mais referências a este tema no futuro. Neste momento, só sei que me sinto bem e que me apetece viver e respirar o ar como se fosse a última vez e sentir a brisa suave nos meus cabelos e sentir o sol a aquecer-me e deslizar pelas ruas de Lisboa, sem pressas nem destino, sem amanhã nem ontem, só o eu e o agora!

E as palavras faltam-me para poder descrever os quão importantes foram as pessoas e os lugares destes dias… fico-me pelos sentimentos… Boa Noite!

segunda-feira, junho 26, 2006

FREEEDDOOOOOMMMMMM!!!!
www.deep-focus.com/ flicker/stigmata.html)

"I'll spit on floors
Get drunk on love
Wear next to nothing
In the pouring rain
Be a bad example
And do it all again!"

(Chumbawamba - Mary, Mary – from Stigmata)

Just need to feel Free!

************************
E viva o livre-arbitrio!
Grrrrr tou “possessa”!!!

sexta-feira, junho 23, 2006

Tempo para "Ser"
Ontem o meu caminho emaranhou-se. Não apenas se bifurcou em duas estradas largas e bem pavimentadas mas os trilhos misturaram-se, mostrando carreiros mal definidos e outros meio obstruídos. Tive aquela sensação de estar sozinha no meio da multidão, por mais ninguém poder acompanhar os meus pensamentos.
E nisto ela canta…

Só hoje senti
que o rumo a seguir
levava pra longe
senti que este chão
já não tinha espaço
pra tudo o que foge
não sei o motivo pra ir
só sei que não posso ficar
não sei o que vem a seguir
mas quero procurar

e hoje deixei
de tentar erguer
os planos de sempre
aqueles que são
pra outro amanhã
que há-de ser diferente
não quero levar o que dei
talvez nem sequer o que é meu
é que hoje parece bastar
um pouco de céu

um pouco de céu

só hoje esperei
já sem desespero
que a noite caísse
nenhuma palavra
foi hoje diferente
do que já se disse
e há qualquer coisa a nascer
bem dentro no fundo de mim
e há uma força a vencer
qualquer outro fim

não quero levar o que dei
talvez nem sequer o que é meu
é que hoje parece bastar
um pouco de céu
um pouco de céu


(Mafalda Veiga, Um Pouco de Céu)

… E a vontade de partir à procura tomou, de novo, lugar em mim.E por que razão não fugimos nós e viajamos de cada vez a urgência de nos conhecemos e de obter respostas, nos assalta?! Uma das razões… Compromissos com a realidade. E por isso hoje, e face às numerosas queixas de “falta de tempo”, apetece-me falar das responsabilidades e tempos livres.

Uns entram para a escola com poucos meses de idade e outros começam apenas no 1º ciclo do ensino básico. Com maior ou menor investimento, tanto os jardins-escola como a escola “Primária”, oferecem às crianças actividades muito variadas e que apelam à criatividade. Eles desenham, pintam, fazem peças de teatro, cantam e ainda têm tempo para brincar sem lhes ser imposto um tema.

Quando chegam ao segundo ciclo, a coisa mais parecido que têm com isso é Educação musical e EVT (onde tudo está muito mais virado para a geometria, de carácter mais objectivo). No meu tempo ficava-se por aqui, agora parece que há umas quantas disciplinas novas que não sei de apelam muito a conhecimentos não-verbais. Mas lembro-me de voltar para casa frustrada por só me impingirem matéria e me dizerem o que fazer, e sempre que podia aproveitava para pintar, desenhar, fazer peças em barro e já não me lembro o que mais.

Pois, mas nessa altura havia tempo. Chega-se ao 12º com uma formação baseada em programas extensíssimos, que nunca são acabados, e com matérias estudadas para os testes e rapidamente esquecidas. Tudo isto tendo em conta que deixam de dar espaço para criar. Isso explica por que razão a maioria das baterias de testes de inteligência só medem atributos verbais, numéricos, visuo-espaciais, ou seja, apenas condutas cognitivas, deixando factores como a criatividade, de fora. Será que podemos dizer que o Joãozinho, com o seu QI de 70, é atrasadinho, só porque não tem jeito para português e matemática, quando na realidade tem um dom para o desenho ou para a pintura, ou constrói os seus próprios brinquedos, protótipos elaborados?!


Isto para dizer que a escola, não só nos bombardeia com material objectivo e tão sem aplicação que é esquecido e nem para cultura geral serve, como nos ocupa o tempo que poderíamos gastar sendo criativos, ou simplesmente fazendo coisas que nos são agradáveis (passear, estar com amigos, fazer desporto), coisas que contribuem para a nossa definição enquanto pessoas. Já repararam que as crianças passam cada vez mais tempo na escola? E tendo em conta a qualidade dos curricula que oferece, onde está o espaço para o desenvolvimento pessoal?

Bom, já me estou a dispersar do tema principal, o Tempo (ou a falta dele). Depois da escola, trabalho ou faculdade. Vou falar da faculdade. Normalmente tem horários flexíveis, mas e os trabalhos? Os apontamentos? O estudo? Com certeza vão ocupar as horas extra-curriculares. Nesta altura pensamos: “Que bom que era estar a trabalhar! Assim quando acabasse o dia de trabalho já não tinha mais nada para fazer e tinha sempre os fins-de-semana!”.

Pois, é verdade que normalmente não se traz trabalho para casa, mas passar dum horário de faculdade para um “nine to five job” (ou pior), muitas vezes longe de casa, o que implica horas perdidas em cansativos transportes públicos, ou no trânsito, não é fácil. Muitas vezes já se chega a casa tão cansado que não há disposição para fazer grande coisa. Então e os fins-de-semana?! Esses tornam-se nos dias de compensação em que se tenta fazer tudo o que não se conseguiu fazer durante a semana e nem sempre isso corresponde ao que realmente QUEREMOS fazer.

Mais tarde, as pessoas casam e têm filhos… É vê-los chegar a casa, dar banhos, fazer jantares, tentar brincar um pouco, mas “Oh não! Já é tão tarde e amanhã temos que acordar ás 6h da manhã para ir pôr os miúdos à escola e ir para o trabalho!”. :/

Os filhos saem de casa, os pais reformam-se. Agora sim, velhos e cansados temos tempo livre.. E entram em colapso! Tudo aquilo que sempre fizeram na vida foi trabalhar e agora?! O que fiz eu na vida? Estudei, trabalhei, tratei da família. Quem sou eu afinal?!

Quem seria eu sem a pintura, a fotografia, sem este espaço criado por mim para pensar, sem todas as coisas que gosto de fazer?!

Parece haver uma tendência para a estandardização, como se o sistema quisesse criar máquinas que consigam DECORAR os reis de todas as dinastias e as tabuadas. Parece que as actividades que nos tornam Pessoas, não cabem neste sistema.




Quero ter tempo para ser EU!!!