quarta-feira, agosto 23, 2006

Felicidade....


(Plaza Maior - Salamanca)

Hoje recebi um Forward com um nome suspeito e pensei “lá vêm as lamechices e as filosofias de 3ª categoria…” que insistem em me enviar (mesmo mais do que uma vez na mesma pessoa, porque as correntes não são para quebrar, senão há 7 anos de azar e mais uns 20 sem sexo e o periquito morre) para contribuir com spam e outras coisas piores para o ciberespaço. Mas hoje abri o .pps e dei o benefício da dúvida, como não havia lá nenhuma palavra com “D” maiúsculo no meio das frases iniciais, li-o mesmo todo… Dispensava-se a musiquinha com pretenso efeito “cebola brava” e o contra-luz manhoso da imagem de fundo, mas o conteúdo, nem era mau de todo (apesar de lembrar “manual para atrasados mentais andarem contentinhos” de autores com nomes de roedores).

O texto centra-se na ideia de que Ser Feliz não é deixar de ter complicações, problemas, adversidades, deixar de sentir tristeza ou preocupação, mas sim, saber lidar com isso de cabeça erguida e um sorriso na cara [lembra-me o livro: “Uma Viagem Espiritual” de Nicholas Sparks – e não, não tem o estilo pseudo-lamechas que caracteriza o autor – e Billy Mills (já agora, onde para o meu?)]. Tenho falado com pessoas (ingénuas) que continuam a achar que não podem ser felizes porque ainda não têm isto ou aquilo, porque têm problemas (quem os não tem?), porque não conseguem ter o que querem… A Felicidade não tem que estar num fim a atingir, mas também no caminho.

Alguns diapositivos depois, o mail dizia assim:
“Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e tornar-se no autor da própria história.”

O que me lembrou a frase que há anos tenho colada na minha cortiça, escrita num post-it amarelo, já meio esbranquiçado, e tirada já não sei de onde: “Um dos segredos da Felicidade é saber criar condições para que a vida dependa de nós.” (Roberto Shinyashiki??)

Ora, o que têm estas ideias em comum?! E porquê um segredo? Bom, acho que só é segredo para quem não entende a vida como sendo feita por nós, para quem continua a achar que há qualquer coisa que manda nisto tudo, sendo as pessoas apenas marionetas… Ou então, pode ser segredo para quem vê passar a vida de longe sendo um mero espectador esperando que a sua vida aconteça no palco do mundo. Para todos os que se libertaram disso, não há segredo. A partir do momento em que nos tornamos conscientemente autores da nossa história, a vida depende de nós e assim estas frases sobrepõem-se completamente.

Ao escrevermos a nossa história, criamos as causas e os efeitos e só assim a vida é NOSSA, só assim se consegue atingir a Felicidade! Esse estado não se atinge porque isto aconteceu, ou alguém fez acontecer, até porque não depende de factores externos, apenas da vontade…

E depois de escrever isto (e entretanto apagar uma série de parágrafos que já falavam em livre-arbitrio e afins) parece-me tudo tão óbvio que já se torna numa filosofia de 3ª categoria… Leiam como quiserem, a mim faz-me sentido e é esta Felicidade que persigo, não uma mediania… Aliás, se há coisa que me irrita são “contentinhos”! Arre!


E como diria uma Prof. minha…
Façam o favor de serem Felizes!” =)

4 comentários:

Drifter disse...

Fico contente por perceber que o teu conceito de Felicidade evoluiu e se tornou em algo realmente possível e mais de acordo com aquilo que eu dizia. Lembras-te de uma das nossas longas conversas aqui há uns tempos em que discutimos o que era a Felicidade? Tenho a certeza que, se fores relembrar a nossa conversa, vais perceber que o conceito que tens actualmente é muito mais saudável e realista, sem cair no erro de te tornar uma "contentinha". Porque a Felicidade tem inevitavelmente que estar no percurso que seguimos. Não pode ser um Fim. Senão, o que seria de nós? Assim que, eventualmente, atingíssemos a Felicidade, tudo o que viesse a seguir seria sempre inferior e nunca poderíamos gozar plenamente esta coisa estranha e bela que é a vida.

Um beijo grande

Wayfarer disse...

tive sempre essa conversa em mente enquanto escrevia... o conceito não mudou muito, apenas não me limito a descrevê-lo como um estado Nirvanico ideal... Acho que pode ser mais simples do que isso, até porque, caso contrário seria muito mais improvavel de alcançar sem recorrer a substancias psicotropicas ou estados de abstinência sensorial ;)

Mar disse...

Também me lembro de falar várias vezes contigo sobre a felicidade. E tal como o Mário, também acho que o teu conceito mudou, que está mais real. E gosto sobretudo da ideia que somos nós que construimos a nossa felicidade. Há uma frase que também já postei no blog e que diz mais ou menos assim: "não são os acontecimentos que nos fazem felizes ou infelizes, mas sim nós que sendo felizes ou infelizes moldamos os acontecimentos". Gosto da referência às pessoas ingénuas que, por não terem isto ou aquilo, acham que não podem ser felizes. Felicidade tem muito mais a ver com "ser" do que com "ter"... e sobretudo ser capaz de perceber que, sobretudo, a felicidade depende de nós. Não sou uma "contentinha", também detesto esse conceito, mas já tive imensos momentos de felicidade e, na globalidade, considero-me uma pessoa feliz. Sim, porque acho que na maior parte das vezes é uma questão de perspectiva, da forma como encaramos a vida e os acontecimentos... porque penso nas coisas, porque... sim!

Anónimo disse...

a felicidade... é algo k todos nós desejamos ter... é um caminho a percorrer. por vezes é um caminho que conseguimos percorrer sozinhos. mas por outro lado, podemos precisar de um apoio, algo palpavel ou n, para nos sentirmos cm força pa avançar.
mas uma das coisas devemos tentar ser, FELIZES
bjs gds berleta