Hoje recebi um Forward com um nome suspeito e pensei “lá vêm as lamechices e as filosofias de 3ª categoria…” que insistem em me enviar (mesmo mais do que uma vez na mesma pessoa, porque as correntes não são para quebrar, senão há 7 anos de azar e mais uns 20 sem sexo e o periquito morre) para contribuir com spam e outras coisas piores para o ciberespaço. Mas hoje abri o .pps e dei o benefício da dúvida, como não havia lá nenhuma palavra com “D” maiúsculo no meio das frases iniciais, li-o mesmo todo… Dispensava-se a musiquinha com pretenso efeito “cebola brava” e o contra-luz manhoso da imagem de fundo, mas o conteúdo, nem era mau de todo (apesar de lembrar “manual para atrasados mentais andarem contentinhos” de autores com nomes de roedores).
O texto centra-se na ideia de que Ser Feliz não é deixar de ter complicações, problemas, adversidades, deixar de sentir tristeza ou preocupação, mas sim, saber lidar com isso de cabeça erguida e um sorriso na cara [lembra-me o livro: “Uma Viagem Espiritual” de Nicholas Sparks – e não, não tem o estilo pseudo-lamechas que caracteriza o autor – e Billy Mills (já agora, onde para o meu?)]. Tenho falado com pessoas (ingénuas) que continuam a achar que não podem ser felizes porque ainda não têm isto ou aquilo, porque têm problemas (quem os não tem?), porque não conseguem ter o que querem… A Felicidade não tem que estar num fim a atingir, mas também no caminho.
Alguns diapositivos depois, o mail dizia assim:
“Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e tornar-se no autor da própria história.”
O que me lembrou a frase que há anos tenho colada na minha cortiça, escrita num post-it amarelo, já meio esbranquiçado, e tirada já não sei de onde: “Um dos segredos da Felicidade é saber criar condições para que a vida dependa de nós.” (Roberto Shinyashiki??)
Ora, o que têm estas ideias em comum?! E porquê um segredo? Bom, acho que só é segredo para quem não entende a vida como sendo feita por nós, para quem continua a achar que há qualquer coisa que manda nisto tudo, sendo as pessoas apenas marionetas… Ou então, pode ser segredo para quem vê passar a vida de longe sendo um mero espectador esperando que a sua vida aconteça no palco do mundo. Para todos os que se libertaram disso, não há segredo. A partir do momento em que nos tornamos conscientemente autores da nossa história, a vida depende de nós e assim estas frases sobrepõem-se completamente.
Ao escrevermos a nossa história, criamos as causas e os efeitos e só assim a vida é NOSSA, só assim se consegue atingir a Felicidade! Esse estado não se atinge porque isto aconteceu, ou alguém fez acontecer, até porque não depende de factores externos, apenas da vontade…
E depois de escrever isto (e entretanto apagar uma série de parágrafos que já falavam em livre-arbitrio e afins) parece-me tudo tão óbvio que já se torna numa filosofia de 3ª categoria… Leiam como quiserem, a mim faz-me sentido e é esta Felicidade que persigo, não uma mediania… Aliás, se há coisa que me irrita são “contentinhos”! Arre!
E como diria uma Prof. minha…
“Façam o favor de serem Felizes!” =)