…4ª, 5ª e as curvas são contornadas perfeitamente sem esperar obstáculos no caminho. A música grita e os meus pés e mãos seguem o seu ritmo. E se largar o volante agora? Morte imediata. E depois? Centro-me na possível sensação de ser atirada contra uma parede a tal velocidade. Pisco os olhos. Tenho sono mas os meus sentidos estão inconscientemente aguçados. A noite. Sinto-me a ser sugada, qual buraco negro, para um caminho q não é o que preciso de tomar para chegar a casa. Mas onde fica realmente o sítio onde me sinto em casa? E o leve nevoeiro cobre o quarto crescente no horizonte e o palácio de luzes calmas. A sensação de liberdade é inevitável mas não total. Falta qualquer coisa… Tenho ainda uma corda por tirar. Com maior ou menor penar é para a liberdade que caminho. O ar quente e húmido da noite mostra-me uma praia escura de rochedos proeminentes e lendas antigas… O medo. O medo. E nego os meus instintos seguindo para o conforto da minha habitação. Inspiro fundo a magia da noite…
“E porque a noite nos atrai sempre e os nossos passos caminham sempre em direcção a ela (…)”
…e fujo, procurando uma cama para dormir ou um livro para me distrair em vez de enfrentar, no contexto apropriado, a possível realidade do futuro. A peça que faltava foi encontrada e no entanto o vazio do seu lugar mantém-se. Será possível agarrar a areia sem a fazer fugir por entre os dedos? Livre mas acorrentada pela dúvida num nó apertado pelo medo. Perder, perder… E a noite continua lá fora, a coruja pia e a vontade de correr para aquela praia mantém-se. Mas o sono também bateu à porta depois de um dia preenchido propositadamente por tudo quanto canse o corpo. Há coisas por fazer mas não importa. Fica o medo, a incerteza, a saudade e aquela liberdade que só a noite dá.
Quem será que canta esta música? Gosto.
“E porque a noite nos atrai sempre e os nossos passos caminham sempre em direcção a ela (…)”
…e fujo, procurando uma cama para dormir ou um livro para me distrair em vez de enfrentar, no contexto apropriado, a possível realidade do futuro. A peça que faltava foi encontrada e no entanto o vazio do seu lugar mantém-se. Será possível agarrar a areia sem a fazer fugir por entre os dedos? Livre mas acorrentada pela dúvida num nó apertado pelo medo. Perder, perder… E a noite continua lá fora, a coruja pia e a vontade de correr para aquela praia mantém-se. Mas o sono também bateu à porta depois de um dia preenchido propositadamente por tudo quanto canse o corpo. Há coisas por fazer mas não importa. Fica o medo, a incerteza, a saudade e aquela liberdade que só a noite dá.
Quem será que canta esta música? Gosto.
1 comentário:
Não me leves a mal, mas é o teu melhor texto de sempre... para mim, pelo menos. Adorei! Mto mm mto bom!****
(para qndo uma experiência literária ou pseudo-literária a duas mãos??)
bj*
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