Stop the time
Abro mais uma vez o envelope. Barras de cinzentos denunciam horas de tinas e papel, “bolinhas” e guilhotina, luz e vermelho escuro. Recordo a ausência de tempo naquelas horas. Até os minutos dos líquidos são contados fora do tempo do mundo, enquanto bocadinhos de mim se imprimiam, como que por magia, e para meu grande espanto, ali aos meus olhos. Casas e centrais eléctricas nascem lado a lado com janelas complexas e candeeiros “cri(p)ticos”.
Calor vermelho, um stop, meio stop, uma volta e meia, meia volta, uma volta, a luz cega.
As melodias gritam alto durante o processo sem o processamento que exige o tempo que continua a passar lá fora, as vozes baixas partilham experiências, o espanto a cada volta e meia de cinzentos mágicos. Ciclo a ciclo fica a necessidade urgente de fazer melhor e repete-se o irrepetível, com mais ou menos stops de tempo, com diferentes contrastes e outras máscaras.
E tudo é possível no pequeno intervalo de réguas do marginador… Posso iluminar as trevas ou escurecer as luzes, posso mudar a realidade que pensava ter visto e registado.
Não posso deixar de pensar que é inútil e ridículo reduzir a experiência verdadeiramente experiêncial a um conjunto de palavras, ou, como diria Whitaker:
“Anything worth knowing can’t be taught…
Abro mais uma vez o envelope. Barras de cinzentos denunciam horas de tinas e papel, “bolinhas” e guilhotina, luz e vermelho escuro. Recordo a ausência de tempo naquelas horas. Até os minutos dos líquidos são contados fora do tempo do mundo, enquanto bocadinhos de mim se imprimiam, como que por magia, e para meu grande espanto, ali aos meus olhos. Casas e centrais eléctricas nascem lado a lado com janelas complexas e candeeiros “cri(p)ticos”.
Calor vermelho, um stop, meio stop, uma volta e meia, meia volta, uma volta, a luz cega.
As melodias gritam alto durante o processo sem o processamento que exige o tempo que continua a passar lá fora, as vozes baixas partilham experiências, o espanto a cada volta e meia de cinzentos mágicos. Ciclo a ciclo fica a necessidade urgente de fazer melhor e repete-se o irrepetível, com mais ou menos stops de tempo, com diferentes contrastes e outras máscaras.
E tudo é possível no pequeno intervalo de réguas do marginador… Posso iluminar as trevas ou escurecer as luzes, posso mudar a realidade que pensava ter visto e registado.
Não posso deixar de pensar que é inútil e ridículo reduzir a experiência verdadeiramente experiêncial a um conjunto de palavras, ou, como diria Whitaker:
“Anything worth knowing can’t be taught…
It must be experienced!”
E no entanto, este é o meu reconhecimento, da minha aventura nas luzes dos cinzentos, onde tudo é possível, e a quem, subtilmente, me conduziu através do caminho cíclico que vai do negativo à última imagem de todas, quem guarda o olhar crítico e deixa aprender e espantar com as pequenas coisas ainda muito imperfeitas, quem diz “eu dava mais um stop” como quem faz sugestão ao invés de determinar a solução.
Entre canções e rapazes brancos, silêncios, palavras, stops, voltas, luzes que doem, luzes que criam o impossível, entre cinco paredes que deixam o tempo lá fora, nascem imagens que são minhas desde que as vi e até que as coloco no envelope.
The time has stopped.
We’ve stopped the time.
I’ve stopped the time.
1 comentário:
Olá marialva ;)
Fico feliz ao ver-te escrever assim sobre uma coisa que para mim é completa e especial. Fiquei muito contente por teres vindo e por teres sabido fazê-lo...por teres aproveitado um pouquinho da dimensão mágica e verdadeira da vida, das múltiplas camadas por onde temos o privilégio de poder escolher passar e do tempo que nos percorre e deixa percorrer.
Um beijinho como quem diz aparece ;)
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