Há muitos anos que não cultivava o hábito de confiar os meus dias a um diário, mas parece que este blog se transformou num diário de bordo das minhas viagens… Chego a casa, sento-me ao PC e parece que faço um balanço automático do meu dia. Lembro-me das músicas que me contaminaram o pensamento e que não parei de cantar, lembro-me do que senti ou sinto no momento presente, lembro-me de pessoas que figuraram nas horas passadas e foram significativas… Lembro-me e tenho vontade de escrever, de fotografar, de cantar, de pintar, de me exprimir de qualquer forma possível.
Hoje, depois de mais um exame, fui passear… Amigos, pessoas com quem já não falava de outra coisa sem ser trabalhos e exames há muito tempo… Decidimos ir passear, meio sem destino, só pelo prazer de estarmos juntos outra vez, como se não houvesse um amanhã com artigos, exames, clausura.
Meio a brincar, meio a sério, entramos no elevador de Sta Justa, onde quase ninguém tinha ainda estado, por incrível que pareça… Lembrei-me das primeiras vezes que ali passei e de me perguntar o que estaria lá em cima… Hoje fui desvendar o mistério! E quem disse que as coisas, depois de mistério desvendado, perdem o interesse!? Simplesmente ganhou outro significado… O lugar ficou tatuado em mim porque agora contém as gargalhadas enquanto o elevador subia, o espanto quando as portas se abriram para um plano alargado da cidade de Lisboa, o espanto ainda maior quando subimos mais um patamar pelas escadinhas em caracol e o medo quando o ultimo lanço de escadas foi atingido e parecia que qualquer brisa nos iria derrubar.
Descidos dois patamares lá estava ele… Convento do Carmo… Imponente e magnífico, passou-me despercebido durante anos, para passar a ocupar a minha mente numa perseguição obsessiva. Não entrámos, mas eu lembrei-me… Já não faz sentido agora… Como seria se tivesse entrado, teria perdido a magia?! Num post antigo fui acusada de me agarrar a momentos mágicos para me proteger… Se lá tivesse estado hoje, convosco meus amigos, teria deixado de ser mágico?! Não creio. A ideia de ter desejado lá ir noutras circunstâncias desaparecia e com ela, essa magia, mas outra ocuparia o seu lugar. De qualquer forma, continuo a querer a outra das duas companhias que desejei ter na minha primeira entrada no Convento do Carmo: uma câmara fotográfica! Assim poderia captar o momento tal como o sentia: com o espanto do primeiro olhar!
E já vou longa nesta dissertação, mas realmente, hoje foi um dia mais especial do que alguns outros. Hoje foi dia de matar saudades daquelas pessoas com quem estamos diariamente, mas com quem afinal não “estamos”. Foi dia de mais lugares se tornarem meus, lugares que nós vamos saber de cor (se alguém ficar com Alzheimer, têm o BUC para comprovar este dia). =)
Até à próxima viagem ;)
terça-feira, junho 20, 2006
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1 comentário:
grande falha n ter entrado! é demasiado interessante para ser deixado para trás.. enfim as coisas passam.. **** ;) Bom estudos
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