domingo, fevereiro 04, 2007


Acabei de chegar do teatro... Ainda tenho as luzes, os panos, as palmas, as vozes, tudo, dentro da minha cabeça. Que mundo mágico este que ao soltar os panos finais, solta-nos também, à nossa sorte, para o precicipio das nossas mentes... O Sonho... O Sonho... Dormir...As personagens dançam num cenário imaginado onde os panos escorrem dos céus e acolhem os loucos, escondem os cínicos, testemunham a tragédia. Sonhar... A vida é irónica e tudo culmina no sono. Dormir.

Inevitável deixar aqui alguns dos excertos que mais me marcaram e que não foram difíceis de encontrar...

"Ser ou não ser... Eis a questão.
Que é mais nobre para a alma: suportar os dardos e arremessos do fado sempre adverso, ou armar-se contra um mar de desventuras e dar-lhes fim tentando resistir-lhes? Morrer... dormir... mais nada... Imaginar que um sono põe remate aos sofrimentos do coração e aos golpes infinitos que constituem a natural herança da carne, é solução para almejar-se. Morrer..., dormir... dormir... Talvez sonhar... É aí que bate o ponto. O não sabermos que sonhos poderá trazer o sono da morte, quando alfum desenrolarmos toda a meada mortal, nos põe suspensos. É essa idéia que torna verdadeira calamidade a vida assim tão longa! Pois que suportaria o escárnio e os golpes do mundo, as injustiças dos mais fortes, os maus-tratos dos tolos, a agonia do amor não retribuído, as leis amorosas, a implicância dos chefes e o desprezo da inépcia contra o mérito paciente, se estivesse em suas mãos obter sossego com um punhal? Que fardos levaria nesta vida cansada, a suar, gemendo, se não por temer algo após a morte - terra desconhecida de cujo âmbito jamais ninguém voltou - que nos inibe a vontade, fazendo que aceitemos os males conhecidos, sem buscarmos refúgio noutros males ignorados? De todos faz covardes a consciência. Desta arte o natural frescor de nossa resolução definha sob a máscara do pensamento, e empresas momentosas se desviam da meta diante dessas reflexões, e até o nome de ação perdem." Ato III, cena I

"Se fôsseis tratar todas as pessoas de acordo com o merecimento de cada uma, quem escaparia da chibata? Tratai deles de acordo com vossa honra e dignidade. Quanto menor o seu merecimento, maior valor terá nossa generosidade." Ato II, Cena II

"...conhecermos bem uma pessoa, é conhecermos a nós mesmos." Ato V, cena II


"Um grande amor nos sustos se confirma".


"As coisas em si mesmas não são nem boas nem más, é o pensamento que as torna desse ou daquele jeito".


1 comentário:

Várias Paixões disse...

Teatro...luzes,cortinas,palmas e tudo mais, principalmente a magia e as sensações de quem faz e de quem vê...é um Mundo fantástico, e faz parte da minha vida...ainda bem!
Ana