domingo, março 18, 2007

Ó vida porque nos dás a certeza?!

Não a certeza dos “factos” que algumas pessoas se gabam de ter, mas aquela outra, que é mais inquestionável e reside dentro de nós, entranhada nas nossas vísceras, ou no nosso “coração” como algumas pessoas insistem em dizer…

Quando nos dizem:

“Segue o que sentes!”

“Quando for o momento saberás!”

É desta certeza que falam… Mas para quê?! O que importa sentir se é vão, tudo em vão, porque simplesmente há outras certezas, e nem sempre do mesmo tipo, que medem forças com a nossa… Que fazer quando simplesmente não conseguimos ignorar e viver a nossa em vida em pleno, porque há sempre aquele pano de fundo que corrói qualquer momento agradável e é denunciado no mais simples sorriso. O que fazer quando não “está tudo bem” e não vai estar enquanto faltar alguma coisa!?

Eu que sempre defendi que a Felicidade devia começar dentro de nós, que não devia depender de factores externos e devia até ser independente destes… Eu que em “deambulismos” adoptei uma concepção menos absoluta do estado nirvanico que esperava alcançar para todo o sempre… E no entanto, neste momento sinto que falta um pedaço de mim e tenho a certeza de que esse bocadinho anda por aí à solta sem querer saber de nada, passeando com as suas “certezas”… e hábitos, arrisco a dizer…

E num só dia, todo o processo de assimilação se foi, em prol desta inquietação, deste coxear pela vida, desta espera desesperançada. E no entanto, como diria alguém no seu comentário, tudo isso é uma droga de que preciso para ser… O não entender O porquê… A espera vã… A corrosão…

E poder viver plenamente um só dia, sem vodka nem extremismos… Só fechar a inquietação e a certeza numa caixinha, sair de casa e correr!!

E continuar a coxear até que me passe a certeza e reinvente uma perna funcional, ou então… Juntar o pedaço que me falta…

Porquê?

3 comentários:

Anónimo disse...

Vanguarda


O sabor da vida
É a morte
A doença
A adrenalina
O inconfidente
O saber do longínquo
O saber do banal
Carente erudição
Nós a vemos
Nós a vivemos
Nós a ignoramos
Vendo tudo
Conscientes do desconhecimento
Saboreamos a vida
Saboreamos o futuro
Libamos um vazio
Construímos descendentes
Inovamos a sociedade
Tudo para morrer
Uns acreditam na eternidade
Acreditam no éden
Desacreditam no segundo …
Na autenticidade
Resguardam o acordar
Confundem a vida
Desacreditam na simplicidade
Lutam pela ignorância
Pela a infelicidade


beijos ana Fernandes

(prometido é devido um textozinho)

Wayfarer disse...

"confundem a vida".... sim Ana, é mesmo isso que fazemos! Quer achemos que queremos felicidade ou que somos tremendamente infelizes, quer tenhamos ideias fixas ou duvidas existenciais, quer sigamos uma "verdade" ou andemos às voltas, o que fazemos realmente é Confundir a vida...

Porque a vida existe, o mundo está lá fora, e façamos o que fizermos, estamos apenas a complicar o q não podemos conhecer! grande máquina esta mente....

gosto do teu poema e acho que devias partilá-lo, não só comigo e com os leitores deste espaço, como também com o mundo... fica o desafio... cria um blog para poder cologar ali na collecção das "outras viagens" :P

Anónimo disse...

vou pensar sériamente nesse "desafio"!
vou pensar, planear e criar!!!

beijões

Ana