sexta-feira, setembro 14, 2007

Será que coloquei algum catrapázio na porta a dizer em letras gordas e psicadélicas: “Entrem, estejam à vontade!”?! Então porque é que de repente têm entrado tantas pessoas na minha vida, mesmo aquelas que já tinha apagado da lista “pessoas a conhecer”!! Se há coisa que deve ser doseada são as pessoas! Cada uma pode ser importante ou indiferente consoante o contexto em que aparece, já para não falar da energia e tempo necessários ao conhecimento de alguém… Assim não dá! :S

A liberdade de fazer tudo o que me apetece é das coisas mais importantes na minha vida e no entanto, deparo-me com uma catadupa de consequências que não sei bem como enfrentar… Basicamente, há demasiada informação por processar e quando isso acontece, fugir é o único escape… Ser assertiva, claro, fria, por vezes, mas depois pisgar-me a correr com medo de sufocar com tanta informação e com a possibilidade de ficar presa em algo que me vai fazer abdicar de outras pessoas…

Perceber o que estou a sentir seria um bom trabalho, mas as sensações misturam-se e já não as sei catalogar. Uma coisa é certa, sei aquilo que consigo ser quando estou completa. Poucos momentos roubados ao tempo chegaram para tal. E neste momento não é isso que eu sinto. E neste momento, qualquer coisa mais pequena não chega. Simplesmente não é suficiente.
Saber que as minhas acções têm efeitos nos outros é um peso terrível….

“És eternamente responsável por aquilo que cativas!” já dizia o Saint-Exupèry…
Já me bastam as novas responsabilidades (oficiais) pelas vidas dos outros. Vou fazer greve de cativações… Tenho uma fuga à vista, como nos bons velhos tempos… E de novo a sensação de não levar nada até ao fim. É o que acontece quando as fasquias sobem… Mas não trocava aquela sensação de SABER, aquele click intergaláctico, aquele mundo surreal, por nenhuma certeza-cega neste momento. (Ai Lud, tinhas uma metáfora-que-não-é-metáfora-porque-é-mesmo-físico tão boa para isto!)

Devíamos ser como no Um e poder ter vidas paralelas para ver onde nos levava cada uma das nossas escolhas… O que poderei estar a perder?

Bem, a liberdade pertence-me, acho que preciso de tempo e de iluminação para decidir o que fazer… Desta vez a vodka seria, decididamente, uma má solução! (oh não, já nem vodka me salva!!)

Baaah, não tenho tempo para isto! E porque é que as pessoas precisam de tantas explicações anyway?! E porque é que continuo a querer ser responsável quando acho que sou livre? Alguém aqui anda muito equivocada... Serei eu? :S

1 comentário:

José Lima disse...

Se tudo fosse como no Um deixávamos de sonha, simplesmente optávamos pela via simples que era dividir a nossa vida em dois: um "eu" em que tinhamos colocado definitivamente de parte o sonho porque sabíamos ter criado um caminho paralelo para saber onde ele ia parar, outro "eu" que tinha por objectivo seguir esse sonho, esse caminho paralelo, transmitindo ao primeiro "eu" como a coisa tinha corrido!

(vodka só se for da variedade com a qual contactei nas férias)

e tu não queres ser responsável se calhar... simplesmente tens de o ser por circunstâncias da vida e ponto final... são responsabilidades que adquirimos à nascença por culpa da forma como as pessoas vivem e se relacionam, não são responsabilidades que possas escolher ter ou não...