sexta-feira, setembro 21, 2007

Tatuagens

Em cada gesto perdido
Tu és igual a mim
Em cada ferida que sara
Escondida do mundo
Eu sou igual a ti

Fazes pinturas de guerra
Que eu não sei apagar
Pintas o sol da cor da terra
E a lua da cor do mar

Em cada grito da alma
Eu sou igual a ti
De cada vez que um olhar
Te alucina e te prende
Tu és igual a mim

Fazes pinturas de sonhos
Pintas o sol na minha mão
E és mistura de vento e lama
Entre os luares perdidos no chão

Em cada noite sem rumo
Tu és igual a mim
De cada vez que procuro
Preciso um abrigo
Eu sou igual a ti

Faço pinturas de guerra
Que eu não sei apagar
E pinto a lua da cor da terra
E o sol da cor do mar

Em cada grito afundado
Eu sou igual a ti
De cada vez que a tremura
Desata o desejo
Tu és igual a mim

Faço pinturas de sonhos
E pinto a lua na tua mão
Misturo o vento e a lama
Piso os luares perdidos no chão

Mafalda Veiga

E hoje podia ser "um pouco de céu" mas o que para sempre ficará tatuado em mim prevalece e não o consigo apagar.

4 comentários:

Mar disse...

Nem apagues.
Seja bom ou mau, merece e deve ficar.
Nem que seja porque é aprendizagem. Tudo, se quisermos, o é.

Verkai disse...

Há tatuagens que trazem sorrisos, outras que trazem mágoas...

Independentemente do que essa tatuagem transmite, é sempre bom recordar.
E vale a pena tatuar boas coisas.

Há marcas que ficam sempre dentro de nós e nos fazem crescer e querer ir mais além... até mesmo lutar.

beijo gd

Mar disse...

Tens uma surpresa no meu blog! Beijinhooooooooo querida*

José Lima disse...

Nem todas as tatuagens são para a vida, umas apagamos, outras colocamos outra por cima para tapar, mas outras pinturas guardamos para nós, para as rever, ou porque simplesmente estão sempre lá, outras apagamos e voltamos a fazer mais tarde, com mais cores, diferentes, e outras desistimos na altura de as pintar.

Nós somos tudo aquilo que nos constrói num dado momento, mas somos também tudo aquilo que já passou por nós, fique ou não tatuado...