“Tem cuidado!”
“E se…?!”
“E já pensaste se?!”
“Sabes que…”
“Tens noção de que isso não pode continuar assim”
Os meus últimos dias… E nem sequer posso responder que sei o que estou a fazer, porque realmente não sei! Conversas sobre o que é certo e o que é errado. Para mim isso é relativo! Sou incapaz de discernir onde acaba um e começa o outro. Já dizia Herman Hesse (acho eu) que “uma boa acção é aquela que assegura bem-estar a um maior número de pessoas.” Vejam só “a um maior número”… Temos a boa acção A, B, C… Qual a melhor?! A que tem mais vantagens para mais pessoas… É tudo tão relativo, não me venham com bom e mau, nem com relações "insustentáveis"… A ambiguidade é a minha casa, e segundo o modelo de Beavers, a ambiguidade percebida e respeitada está no funcionamento óptimo do sistema.
A minha mente deambulatória não conhece dicotomias, não percebe acções certas e erradas, a única coisa que sabe é se se está a sentir estimulada, desafiada, criativa, feliz… Realizada. É essa a linguagem que eu entendo. “Não me venham com conclusões, a única conclusão é morrer! Não me tragam estéticas, não me falem de moral, tirem-me daqui a metafísica!” Deixem-me ser EU!!! Com as consequências também lido eu!
Para onde é que tenho que ir para poder ser EU?! Tornar-me eremita?! Pois, mas e aquele “pequeno” senão da minha existência depender das pessoas?! Preciso de as ter por perto, de estar com elas, para ser eu (se bem que me culpo por não dispensar a atenção merecida a todas, mas isso ficará para outro post) … Mas elas preocupam-se e lá vêm os:
“Tem cuidado!”
“E se…?!”
“E já pensaste se?!”
“Sabes que…”
“Tens noção de que isso não pode continuar assim”
Já que não ouvem os meus gritos, pensem nas minhas palavras… Se deixar de fazer o que me apetece, se deixar de ser verdadeira com aquilo que sinto e com que quero fazer, se passar a fica com “Ses” na cabeça, toda a minha existência perde o sentido.
Quando o mundo desabar em mim, sei para onde correr, sei que vou ouvir um “eu bem te avisei”, mas agora deixem-me Ser…
Posso estar a exagerar, estou a exagerar. Estou mesmo a exagerar! Talvez seja o cantinho recalcado da minha mente, onde enfiei a “moral”, que está a tentar aparecer. Moral… um conjunto de normas de uma sociedade… Desde quando é que me submeto a isso?!
É bom voltar aos meus lugares. Como citei outro dia “Para onde vamos afinal!? Sempre para casa”…. Deixem-me ir para casa.
Ó parte do cérebro conspurcada pela sociedade: deixa-me tomar o meu caminho para casa.
Deixem-me falar de ideias e não do tempo e do trânsito.
Deixem-me estar com as pessoas de quem gosto sem pensar em consequências.
Deixem-me escrever coisas sem sentido (“és sempre livre de escrever coisas sem sentido ou de rasgar as páginas”…)
Deixem-me estar em silêncio (mania de achar que o silêncio é mau. Silêncio é SÓ a ausência de som).
Deixem-me andar à chuva sem me gritarem gripes e pneumonias (podem só oferecer-me o Ilvico).
Deixem-me cantar e dançar e correr e pintar e gritar… como se não houvesse amanhã.
Deixem-me “falhar”.
Deixem-me fazer coisas imperfeitas.
Deixem-me seguir o meu caminho para um Felicidade qualquer.
Deixem-me Ser.
[photo by me, num dos meus lugares, com uma "daquelas" Pessoas, numa manhã de chuva e NEVE, lentes molhadas, passagens proibidas, cavalinhos virados do avesso (seaté os cavalos andam baralhados, como é que eu hei de estar "certa"?!)... Umas horas de Eu...]
4 comentários:
nao podia konkordar mais....
k vao dar konselhos em frente do espelho, de kkl maneira iremos sp kair mm, por isso....
Silêncio...
Estou aqui para ti... Tu sabes...
Deambulando por aí, mas sempre disponível para ti...
Sabes aquela frase que aparece em quase todos os filmes, “segue o teu coração”, ou as suas inúmeras variações? Pode ser um cliché mas tu podes e deves fazê-lo, em tudo... Se sabes o que queres deves lutar por isso, independentemente dos obstáculos. Se não sabes ainda muito bem o que queres deves pensar nisso, mas nunca aceitar o caminho fácil.
Nunca deves lutar contra aquilo que realmente queres fazer, aquilo que realmente queres dizer... Mesmo que depois se venha a revelar um erro, um caminho errado, pelo menos descobriste isso, não ficaste na incerteza para sempre. Viveste!
“Tem cuidado!” Mas se tiveres demasiado não vais aproveitar aquilo de melhor que a vida tem para oferecer, as suas surpresas, as suas incertezas, aquilo que torna tudo interessante e com sentido. As pessoas, os lugares, as sensações...
“E se...?!” “E já pensaste se ?!” acontece isto, ou aquilo? E se não acontece e não seguiste os teus instintos, aquilo que em determinado momento achaste que era melhor para ti ou para os que te rodeiam?
“Sabes que...” Provavelmente sabes, já te aconteceu antes e não correu bem, já aconteceu a outra pessoa e não correu bem. Mas será que desta vez é igual? Como é que podes realmente saber?
“Tens noção de que isso não pode continuar assim”... Pois não, mas também não podemos passar o resto da nossa vida a fugir de coisas só porque achamos que não são possíveis, que não são para nós, que não vamos conseguir, coisas cujo o caminho acaba em decepção... Se assim fosse estávamos a privar-nos dos melhores momentos das nossas vidas, mesmo que não se consiga alcançar uma boa parte deles.
As consequências fazem parte da vida, com elas aprendemos muitas coisas, aprendemos a fazer de modo diferente, aprendemos a escutar melhor, aprendemos a lidar melhor com as pessoas, em certo modo aprendemos a ser cautelosos.
Se te sentes feliz continua porque estás no bom caminho... Não deixes os “ses” vencerem mas também não deixes de ouvir a opinião de outras pessoas. Se precisas de ajuda ou de uma opinião pede-a às pessoas em quem confias, com pessoas que podes conversar e partilhar verdadeiramente aquilo que sentes...
Segue o teu coração, segue o teu pequeno riacho, segue aquilo em que podes ser tu, em que podes sentir-te viva...!
(...eu e mais algumas pessoas, aquelas que tu "conheces", vamos estar sempre cá para ouvir e partilhar sentimentos... se bem que agora já é um pouco tarde e amanha tenho de perder mais 8 horas da minha vida a trabalhar... o sono vale a pena)
A ambiguidade... as nossas dissertações mix sistémica-cognição social e deu nisto. Mas a minha ambiguidade não é bem esta. Agora q a vontade arrefece e consigo ver tudo com mais clareza, a minha ambiguidade é definitivamnete intrínseca. Nãos e trata de um conflito entre o Eu interno e o externo, é apenas um conflito interno. É uma cisão do próprio ser. Melhor ainda, cm eu dizia há dias, é um aesquizofrenia funcional!
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